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Fluminense: Como Chegar à Libertadores com Ataque Modesto?
Por Redação FutFlu em 27/11/2025 08:12
O Fluminense se encontra à beira de um feito notável no Campeonato Brasileiro. Nesta quinta-feira, às 20h30, o confronto contra o São Paulo no Maracanã pode selar a vaga do clube na Conmebol Libertadores de 2026. Um simples empate será o suficiente para garantir a participação tricolor no torneio continental, um desfecho que, à primeira vista, parece dissonante da performance de seu setor ofensivo. A campanha, embora consistente, levanta questionamentos sobre a capacidade de seus atacantes de impactar diretamente o placar.
A Inesperada Fortaleza Defensiva: O Pilar da Campanha Tricolor
Apesar da notória dificuldade em converter oportunidades em gols, o Fluminense conseguiu construir uma trajetória sólida no Brasileirão, e a explicação reside na notável evolução de sua estrutura defensiva. Sob o comando de Zubeldía, a equipe transformou-se, exibindo uma resiliência que contrasta com a inconstância do ataque. Em treze partidas sob a tutela do novo técnico, o time sofreu apenas nove gols, e a melhoria é ainda mais evidente nos últimos jogos, com apenas um gol concedido em quatro confrontos.
O desempenho como mandante é um capítulo à parte nesta narrativa de sucesso. No Maracanã, o Fluminense ostenta um aproveitamento impecável, com sete vitórias em sete partidas e um único gol sofrido, resultante de uma penalidade máxima na vitória por 2 a 1 sobre o então líder Flamengo. Essa muralha defensiva tem sido o alicerce para as vitórias, compensando a ausência de um artilheiro prolífico.
O Dilema Ofensivo: Artilheiros em Busca de Consistência
A estatística mais preocupante para o torcedor tricolor é a produção ofensiva. Com 40 gols marcados até o momento, o Fluminense detém o pior ataque entre os dez primeiros colocados do Brasileirão, compartilhando essa posição com São Paulo e Bragantino. A carência de um goleador de impacto é evidente. Os principais artilheiros da equipe no torneio são o argentino Cano e o colombiano Serna, ambos com seis tentos.
Cano, camisa 14, que já foi uma peça-chave, perdeu seu status de titular há mais de um mês e registrou apenas um gol nos últimos três compromissos. Serna, ponta-esquerda e titular incontestável, também não demonstra a frequência de gols esperada para um jogador de sua posição. O centroavante Everaldo, que teoricamente carrega a responsabilidade de balançar as redes, não tem uma participação direta em gols desde 2 de agosto, acumulando 16 partidas (sendo 12 como titular) sem contribuir para o placar, e soma apenas dois gols no campeonato nacional.
A jovem promessa John Kennedy, outra opção para o ataque, igualmente não conseguiu se firmar. Com um único gol em quinze jogos, marcado de pênalti contra o Sport em 1º de outubro, sua contribuição tem sido limitada. A tabela a seguir ilustra a distribuição dos gols dos principais nomes do ataque tricolor:
| Jogador | Gols no Brasileirão | Observação |
|---|---|---|
| Cano | 6 | 1 gol nos últimos 3 jogos, não é titular há mais de 1 mês |
| Serna | 6 | Titular absoluto, mas sem frequência de gols |
| Everaldo | 2 | Sem participação direta em gol desde 2 de agosto (16 jogos) |
| John Kennedy | 1 | 1 gol em 15 jogos (de pênalti) |
A Força Coletiva: Gols Que Vêm de Todas as Partes
Como, então, o Fluminense consegue manter-se competitivo com tais números no ataque? A resposta reside na distribuição equitativa dos gols por todo o elenco. Impressionantes 17 jogadores diferentes contribuíram para os 40 gols marcados pela equipe. Essa pulverização de responsabilidade ofensiva tem sido crucial para compensar a baixa produção dos atacantes de ofício.
A participação ativa de jogadores de meio-campo, como Martinelli e Hércules, e dos laterais Renê e Samuel Xavier, este último um dos principais marcadores na "Era Zubeldía" com dois gols, demonstra a importância da contribuição de outras posições. Essa abordagem coletiva tem permitido ao Fluminense superar as deficiências individuais no ataque e manter-se na parte superior da tabela.
O Caminho para a Glória: A Libertadores e Seus Cenários
Com a vaga na Libertadores 2026 ao alcance, o Fluminense se prepara para o decisivo embate contra o São Paulo. A expectativa é que Zubeldía mantenha a estrutura tática que tem se mostrado vitoriosa, com Everaldo liderando o ataque, à semelhança do que era praticado por Renato Gaúcho. Um triunfo em casa, mantendo o excelente aproveitamento recente, não apenas asseguraria a classificação para o torneio continental, mas também manteria o time na disputa por uma vaga direta na fase de grupos, almejando o quinto lugar.
Mesmo que o quinto lugar não seja alcançado, a sexta posição pode garantir a entrada direta na fase de grupos, caso o Cruzeiro seja o campeão da Copa do Brasil. E, naturalmente, se o próprio Fluminense erguer a taça da Copa do Brasil, a qualificação para a fase de grupos da Libertadores estará assegurada, independentemente de sua colocação no Brasileirão. O futuro continental do Fluminense está, portanto, em suas próprias mãos, dependendo de sua capacidade de manter a solidez defensiva e encontrar os gols necessários para consolidar sua posição.
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