Ex-Fluminense Mario Pineida Assassinado: O Luto e a Violência no Futebol do Equador

O mundo do futebol foi abalado por uma notícia estarrecedora na quarta-feira, 17 de janeiro, com o falecimento de Mario Pineida, ex-defensor do Fluminense, aos 33 anos. A tragédia, ocorrida em Guayaquil, Equador, levanta questões sombrias sobre a segurança de atletas e a crescente onda de violência que assola o país sul-americano.

O Fluminense Football Club, onde Pineida atuou em 2022, expressou seu profundo pesar pela perda. Em comunicado oficial, o clube lamentou: "O Fluminense Football Club recebeu com profundo pesar a notícia do falecimento de Mario Pineida, atleta que defendeu o clube em 2022. Pineida chegou ao Tricolor no início da temporada em que nos sagramos juntos campeões cariocas. O Fluminense manifesta solidariedade aos familiares e amigos". Sua passagem pelo Tricolor, embora breve, foi marcada pela conquista do Campeonato Carioca, um momento que o conecta eternamente à história do clube das Laranjeiras.

De acordo com relatos veiculados pelo Ecuavisa, o jogador foi vítima de um atentado brutal enquanto caminhava pela rua, acompanhado de sua esposa e mãe. O ataque fatal, perpetrado em frente a um açougue no bairro de Sanales, resultou na morte de Pineida e de sua esposa, ambos baleados. A mãe do atleta também ficou ferida, testemunhando a cena de horror que tirou a vida de seu filho e nora.

A Sombra das Ameaças e o Pedido de Proteção Negado

O cenário que precedeu a execução de Mario Pineida é ainda mais perturbador. Horas antes do crime, Antonio Álvarez, presidente do Barcelona de Guayaquil ? clube onde o jogador era ídolo ? havia tornado público que Pineida estava sob ameaça de morte e havia solicitado proteção especial. Esta revelação póstuma adiciona uma camada de gravidade à tragédia, sugerindo que o crime poderia ter sido evitado caso as advertências tivessem sido tratadas com a urgência necessária.

O Barcelona de Guayaquil, em uma nota de pesar, recordou a contribuição de Pineida para a equipe: "Chegou em 2016. Fez história para sempre. 2 títulos. 2 semifinais da Libertadores. Com garra, entrega e amor pela amarela. Mario, você ganhou fazer parte eterna da história do Ídolo. Por tudo e muito mais, você será sempre lembrado Marito". O clube pediu aos torcedores que rezassem por sua família, um gesto de solidariedade diante da imensa dor.

Ao longo de sua carreira, Mario Pineida não apenas brilhou em clubes como o Barcelona de Guayaquil e o Fluminense , mas também representou a seleção do Equador. Sua dedicação ao esporte o levou a ser convocado para as Eliminatórias das Copas do Mundo de 2018, na Rússia, e de 2022, no Catar, consolidando sua posição como um jogador de destaque no cenário futebolístico sul-americano.

Um Padrão Preocupante: A Violência que Assola o Futebol Equatoriano

A morte de Mario Pineida, infelizmente, não é um caso isolado. Ela se insere em um contexto alarmante, sendo a quarta registrada de um jogador profissional no Equador somente neste ano. Em setembro, Jonathan González, de 31 anos, foi assassinado a tiros em sua residência em Esmeraldas por homens em motocicletas, após, supostamente, recusar-se a manipular uma partida. Fontes anônimas próximas ao atleta revelaram que, nove dias antes do crime, máfias ligadas a apostas online teriam exigido que González forjasse um resultado, mas o jogo terminou em empate.

No mesmo mês, Maicol Valencia e Leandro Yépez, ambos atletas do Exapromo Costa, equipe da Segunda Divisão equatoriana, também foram brutalmente assassinados. Este padrão de violência direcionada a jogadores de futebol no Equador acende um alerta vermelho sobre a segurança no esporte e a possível infiltração de elementos criminosos que buscam controlar resultados e intimidar atletas. A morte de Pineida, um jogador de renome e com passagem por um gigante brasileiro como o Fluminense , expõe a gravidade de uma situação que clama por atenção e medidas urgentes para proteger aqueles que trazem alegria aos gramados.