Zubeldía no Fluminense: Análise das Mudanças Táticas e a Busca Crucial pela Eficiência Ofensiva

A chegada de Luis Zubeldía ao comando técnico do Fluminense, há aproximadamente 45 dias, redefiniu o percurso da equipe na reta final da temporada. O estrategista argentino, que em breve completará sua décima primeira partida à frente do clube contra o Cruzeiro, no Mineirão, ostenta um retrospecto de seis vitórias, um empate e três derrotas até o momento. Sua vinda representou uma guinada significativa após a saída abrupta de Renato Gaúcho e a consequente eliminação na Copa Sul-Americana.

O clube da Laranjeiras optou por um perfil distinto, buscando um treinador com profundidade tática e uma habilidade comprovada no trato com o elenco. A missão imposta a Zubeldía é inequívoca: assegurar uma vaga na próxima edição da Copa Libertadores através do Campeonato Brasileiro e preparar o time para o embate decisivo da semifinal da Copa do Brasil, agendado para 11 de dezembro, contra o Vasco.

A Virada de Chave: A Chegada de Zubeldía e Seus Primeiros Frutos

Desde o início de sua gestão, o técnico de 44 anos demonstrou uma inclinação por aproveitar a estrutura legada pelo antecessor, ao mesmo tempo em que implementava ajustes cruciais na dinâmica de jogo. Essa abordagem cuidadosa e estratégica tem sido um dos pilares para a estabilização do elenco e a busca por resultados consistentes.

Uma das primeiras e mais evidentes modificações táticas empreendidas por Zubeldía foi a intensificação do uso de Martinelli no coração do meio-campo. Essa movimentação não apenas fortaleceu o setor, mas também permitiu uma nova fluidez na saída de bola e na construção das jogadas ofensivas.

"O que fizemos quando chegamos foi usar muito a presença de Martinelli no meio-campo. Usar essa circulação aproveitando o Thiago, que tem um perfil de saída diferente do perfil do Freytes. Martinelli como primeiro homem e a partir daí começar a ajeitar as jogadas com os laterais, Samuel e Renê, alternando posição por fora e por dentro" ? explicou o treinador.

A Reorganização Tática: Martinelli como Pilar Fundamental

Essa reorganização permitiu que jogadores como Thiago, com suas características distintas de saída de jogo, fossem melhor aproveitados, enquanto os laterais, Samuel e Renê, ganharam liberdade para alternar entre posições mais abertas e interiores, adicionando camadas de imprevisibilidade ao ataque tricolor. A inteligência posicional de Martinelli , atuando como o primeiro homem de meio, tornou-se um catalisador para a orquestração ofensiva.

A performance do Fluminense sob a batuta de Zubeldía no Campeonato Brasileiro é notável. Com 19 pontos conquistados em 10 rodadas, o time iguala o desempenho do líder Palmeiras no mesmo recorte, posicionando-se como uma das equipes mais eficientes da competição neste período. No entanto, um ponto de atenção crítico tem sido a performance do setor ofensivo.

Apesar de uma produção ofensiva que gera oportunidades, a capacidade de convertê-las em gols tem sido um desafio, especialmente nos jogos disputados no Maracanã. Embora o Fluminense mantenha um aproveitamento perfeito como mandante, esse sucesso muitas vezes se deve à solidez defensiva e à ausência de gols sofridos em casa, mascarando uma certa ineficiência na finalização.

Conforme destacado pelo próprio treinador, a fase atual demanda um despertar ofensivo:

"É uma parte que temos que despertar do time, porque estamos chegando em uma etapa de definição quando contundência é superimportante" ? Luis Zubeldía

O Desempenho Consistente e o Desafio da Eficiência Ofensiva

A integração de Lucho Acosta ao esquema tático do Fluminense é, sem dúvida, um dos grandes méritos da gestão de Zubeldía. O meia de 31 anos emergiu como uma peça vital na criação de jogadas, preenchendo uma lacuna crucial em um momento no qual Ganso se encontra afastado por uma lesão na panturrilha. Essa rápida adaptação de Acosta reflete não apenas a qualidade do jogador, mas também a perspicácia do treinador em compreender as necessidades e a história do clube.

A relevância de um "camisa 10" para o Fluminense foi prontamente identificada por Zubeldía, que enxerga nesse perfil a capacidade de desvendar defesas complexas e oferecer soluções criativas. Sua percepção é que o clube historicamente se beneficia de um articulador central.

"Historicamente creio que faz bem ao Fluminense ter um 10. Um 10 sempre é importante. Porque temos bom funcionamento aqui, ok. Temos gente abrindo o campo, ok. Necessito alguém que encontre soluções complexas. Quando cheguei, Ganso estava lesionado, então colocamos rapidamente Luciano, e ele nos deu soluções" ? disse Zubeldía.

O Resgate do Camisa 10 e a Projeção para a Libertadores

Atualmente, o Fluminense de Zubeldía ocupa a 7ª colocação no Campeonato Brasileiro, acumulando 50 pontos. Essa posição coloca a equipe dentro da zona de classificação para as fases preliminares da próxima edição da Copa Libertadores, um objetivo primordial para o clube. A consolidação dessa vaga e a superação dos desafios ofensivos serão os próximos capítulos da trajetória do Fluminense sob o comando do argentino.

A seguir, um resumo do desempenho do Fluminense no recorte de Zubeldía no Campeonato Brasileiro: