Zubeldía no Fluminense: A Proximidade com o Elenco que Redefine o Jogo

Precedendo o triunfo apertado do Fluminense por 1 a 0 sobre o Juventude, um gesto do técnico Zubeldía capturou a atenção interna: sua presença no gramado, lado a lado com os jogadores escalados para o aquecimento. Para observadores externos, tal atitude poderia ser vista como trivial, mas nos corredores do clube, ela ressoou com um impacto significativamente positivo, marcando uma clara distinção em sua gestão.

Essa postura se distancia da praxe adotada por muitos de seus antecessores. Nomes como Mano Menezes e Renato Gaúcho, por exemplo, tradicionalmente delegavam a condução do aquecimento à comissão técnica, optando por permanecer no vestiário para análises táticas ou últimas considerações sobre o adversário. Zubeldía, contudo, escolhe um caminho distinto, priorizando a proximidade com seus comandados nos momentos que antecedem o apito inicial.

A decisão do treinador argentino tem angariado elogios por parte dos atletas. A percepção de um contato mais direto e a presença constante do líder técnico são vistas com bons olhos. Além disso, Zubeldía é conhecido por oferecer orientações pontuais durante o pré-jogo, abrangendo desde aspectos técnicos até movimentações cruciais e decisões corporais em lances de potencial decisivo.

A Filosofia do Treinador: Presença e Percepção

Após o embate, o próprio Zubeldía elucidou os motivos de sua integração com os jogadores em campo antes do início da partida. Sua justificativa transcende a mera adição de um novo elemento tático, enraizando-se mais em uma convicção pessoal sobre o que considera ideal para o processo.

Não sei se gero algo. O importante é que eu desfruto do espetáculo. Quando entro no aquecimento, observo um pouco a equipe rival, o perfil de alguns jogadores. Às vezes, tem uma certa informação que no vestiário não vai se ter. Gosto de estar ali, da atmosfera. No início da minha carreira eu não fazia, mas recentemente tenho feito. É um espetáculo, e quero desfrutar. Não sei o que gero. Me parece que o mais importante hoje para o Fluminense é que sentimos que poderíamos jogar. Não fizemos uma boa partida, fizemos uma partida ruim, mas ganhamos

Declarou o treinador, revelando uma perspectiva que valoriza a imersão e a observação direta do ambiente pré-competitivo. Sua prática, embora não seja um dogma desde o início de sua trajetória, tornou-se um pilar recente em sua metodologia de trabalho.

Desafios Iniciais e a Adaptação do Elenco

Com quase um mês à frente do comando técnico, o argentino tem se empenhado em acelerar a compreensão do elenco sobre suas ideias de jogo. Contudo, a fase de implementação ainda é incipiente, e o processo de assimilação demanda tempo e dedicação.

A semana anterior ao confronto contra o Juventude representou a primeira oportunidade para Zubeldía intensificar as atividades com o grupo, permitindo um preparo mais aprofundado para a partida. O capitão Thiago Silva sublinhou a natureza desse trabalho, descrevendo-o como uma preparação que ocorre simultaneamente à disputa dos jogos.

Estamos num trabalho novo, implementações de algumas ideias que a gente não estava acostumado. Então a gente vai errar, porque a gente tem que chegar no final do ano, na semifinal contra o Vasco, e fazer um grande desempenho. Para isso, os treinamentos são nos jogos também, porque a gente não tem muito tempo

Refletiu Thiago Silva , evidenciando a necessidade de evolução contínua em meio ao calendário competitivo.

O Próximo Grande Teste: Vasco pela Copa do Brasil

Se o objetivo primordial é alcançar o ápice de desempenho para a semifinal da Copa do Brasil contra o Vasco, o próximo compromisso pelo Campeonato Brasileiro surge como um teste de valor inestimável. As duas equipes se encontrarão na 29ª rodada do Brasileirão, na próxima segunda-feira, às 20h30, em mais um clássico no Maracanã. Este confronto será crucial para medir o progresso do trabalho de Zubeldía e a assimilação de suas propostas pelo elenco tricolor.