Soteldo: Investimento Milionário e o Inexplicável Jejum de Gols no Fluminense

A trajetória de Yeferson Soteldo no Fluminense atingiu um ponto de inflexão preocupante. O talentoso atacante venezuelano, que um dia brilhou intensamente no cenário nacional, agora enfrenta um jejum de gols que se estende por mais de um ano, um cenário atípico para um atleta de seu calibre. Sua chegada ao clube, marcada por um investimento considerável, ainda carece de validação em campo, e nem mesmo a dedicação aos treinos durante o período de Data Fifa conseguiu alterar o panorama de sua performance.

A ausência de convocação para a seleção venezuelana, que não participará da próxima Copa do Mundo, permitiu a Soteldo uma imersão total nos trabalhos do CT tricolor. Enquanto a comissão técnica explorava novas opções, o camisa 7 teve a oportunidade de focar exclusivamente na recuperação de sua forma e confiança. Contudo, apesar dos esforços, a regularidade necessária para conquistar a confiança de Luís Zubeldía e se tornar uma peça fundamental na reta final da temporada ainda se mostra um desafio distante.

A transação que trouxe Soteldo ao Fluminense , avaliada em R$ 33,3 milhões por 50% de seus direitos econômicos, posicionou-o como a segunda aquisição mais cara da história do clube. Expectativas elevadas acompanharam sua estreia no Mundial de Clubes, mas a realidade dos números tem sido desanimadora. Em 17 partidas disputadas, com apenas três como titular, o atacante não registrou qualquer participação direta em gols. Essa notável dificuldade em se integrar e produzir no esquema ofensivo do Tricolor é, sem dúvida, um tema de intensa discussão nos bastidores.

A performance de Soteldo no Fluminense , desde sua chegada, pode ser sumarizada da seguinte forma:

O Alto Investimento e a Produtividade Inexistente

A inoperância de Soteldo se acentua num momento em que o próprio setor ofensivo do Fluminense atravessa uma fase de notável aridez. Nos últimos oito confrontos, a rede tricolor foi balançada apenas por Kevin Serna, evidenciando uma preocupante queda de rendimento coletivo. Embora Luís Zubeldía se esforce para reestruturar a equipe, as soluções propostas até o momento não alteraram o cenário. Nesse contexto complexo, Soteldo, longe de ser uma resposta imediata, tem sido relegado a aguardar chances esporádicas.

O último registro de gol do venezuelano remonta a 26 de outubro de 2024, quando ainda defendia as cores do Grêmio, em um triunfo por 3 a 1 contra o Atlético-GO, pelo Brasileirão Betano. Naquela fase, mesmo com certa inconstância, Soteldo havia contribuído com sete gols e quatro assistências em 41 aparições. É um contraste gritante com o desempenho atual, e a sucessão de mudanças de clube e ambiente parece não ter sido propícia para a tão necessária recuperação de sua autoconfiança.

Antes de sua chegada ao Fluminense , Soteldo teve um breve retorno ao Santos para concluir seu período de empréstimo. Em 17 jogos, não conseguiu marcar gols, registrando apenas duas assistências ? uma performance aquém das expectativas da diretoria e da torcida santista. Ainda assim, a memória de suas atuações memoráveis na Vila Belmiro sempre o manteve em alta consideração pelos alvinegros. No entanto, o foco atual da discussão, tanto no Rio quanto em Santos, é a acentuada queda de seu rendimento e o persistente jejum de gols.

O Contraste entre o Passado Brilhante e o Presente Desafiador

Foi no Santos que Soteldo experimentou o ápice de sua carreira, consolidando-se como uma inquestionável referência técnica ? um status que, lamentavelmente, não se replicou em solo carioca. A inevitável comparação entre seu período de glória na Vila Belmiro e a atual dificuldade no Fluminense é um tema de constante observação para torcedores de ambos os clubes. O atacante, visivelmente, ainda busca uma adaptação que lhe permita resgatar seu futebol agressivo e criativo, mas as barreiras, sejam elas físicas ou táticas, persistem.

Apesar dos percalços, Soteldo mantém-se empenhado em reverter essa fase e pôr fim ao incômodo período sem balançar as redes. A porção final da temporada se desenha como um divisor de águas crucial para sua permanência no clube e para a definição de seu papel no elenco tricolor. O atleta está ciente da urgência em readquirir a confiança perdida e de se adaptar rapidamente para, enfim, voltar a ser um elemento decisivo. Enquanto isso não acontece, o jejum de mais de um ano permanece como um assunto recorrente e uma fonte de desconforto nos corredores do clube.

O Desafio da Reafirmação e o Futuro em Aberto