Renato Gaúcho explica time misto do Fluminense e derrota no Fla-Flu: Entenda a estratégia

A recente derrota do Fluminense por 1 a 0 para o Flamengo, em confronto válido pelo Campeonato Brasileiro, colocou o técnico Renato Gaúcho no centro das discussões. Em sua análise pós-jogo, o comandante tricolor descreveu o clássico como uma partida taticamente sob controle de sua equipe, apesar de o resultado adverso ter sido selado por uma "falha nossa". A coletiva de imprensa também serviu de palco para uma defesa robusta da escolha por preservar sete atletas considerados titulares, justificando a medida pelo calendário implacável e o desgaste acumulado após a disputa da Copa do Mundo de Clubes.

A percepção do treinador é de que o duelo foi marcado por um equilíbrio notável e escassez de oportunidades claras para ambos os contendores. Tal cenário amplifica a frustração diante do gol sofrido nos momentos finais do segundo tempo, aos 39 minutos, que definiu o placar.

Conforme as palavras do próprio treinador:

"Jogo bastante truncado, taticamente minha equipe fez uma partida muito boa. Criamos pouco, mas o Flamengo também criou pouco. E em um lance, de novo, com falha nossa, acabamos tomando o gol no final. Essa desatenção que a gente teve também no primeiro tempo do jogo contra o Cruzeiro e nós pagamos caro. O jogo estava bem controlado, disputado, e qualquer uma das equipes poderia ter ganho de 1 a 0."

A reincidência de "falhas nossas", apontada por Renato, remete à partida anterior contra o Cruzeiro, onde a desatenção também custou caro ao Fluminense.

A Estratégia de Rotação de Elenco: Necessidade ou Risco?

O ponto central da coletiva de imprensa, contudo, residiu na audaciosa escalação com uma maioria de reservas, contando com apenas quatro atletas habitualmente titulares. Renato Gaúcho, de forma incisiva, argumentou que tal escolha não se configurou como uma mera opção, mas sim uma imposição do "tiroteio" de confrontos decisivos que o Fluminense tem enfrentado. Ele traçou um paralelo com outras equipes do cenário nacional, que, por não terem participado do Mundial, desfrutaram de um período de férias e pré-temporada mais adequado.

O técnico reforçou sua justificativa ao detalhar o cenário:

"(O motivo é) o campeonato, o calendário e porque estamos jogando uma decisão a cada três dias. O Fluminense foi o último clube a sair do Mundial. Todos os clubes que ficaram no Brasil tiveram férias, fizeram pré-temporada e estão descansados. A gente vem no tiroteio, pegada forte, não tem como colocar a mesma equipe a cada três dias."

A profundidade do elenco, segundo o comandante, é um trunfo para lidar com essa realidade. Ele enfatizou a necessidade de todos os atletas estarem aptos a entrar em campo:

"Por isso que temos 30 e poucos jogadores e falo para ficarem preparados porque a oportunidade vai aparecer. Ninguém pode reclamar."

Análise Tática e o Desafio do Equilíbrio

Apesar do revés, Renato Gaúcho expressou contentamento com a organização tática exibida pela equipe alternativa. Ele declarou:

"Eu fiquei muito feliz com minha equipe em campo hoje, tirando a parte do gol. Fizemos uma partida taticamente muito boa. Jogamos contra um adversário que com certeza briga pelo título. E foi um jogo praticamente parelho."

A derrota para o rival carioca, por um placar mínimo, foi o desfecho de um confronto que, na visão do técnico, se manteve equiparado, mesmo diante de um adversário que figura entre os postulantes ao título nacional.

O treinador admitiu que a opção por um esquema com três zagueiros, embora tenha conferido maior solidez ao sistema defensivo, inevitavelmente impactou a capacidade de criação ofensiva da equipe. Encontrar o "meio-termo" entre a segurança na retaguarda e a contundência no ataque é, para Renato, o grande desafio. Ele afirmou:

"O equilíbrio a gente tem que ter (...) Hoje nós não sofremos defensivamente. Não criamos tanto, mas tem que ser esse meio-termo, sim. Precisamos encontrar esse equilíbrio."

O Caso Paulo Henrique Ganso e o Próximo Desafio

Em um ponto de esclarecimento adicional, o técnico abordou a ausência de Paulo Henrique Ganso. Renato Gaúcho fez questão de refutar qualquer especulação sobre problemas de relacionamento, revelando que o meia está afastado por motivo de lesão. O diagnóstico aponta para uma condição "quase grau I". O jogador, inclusive, estava previsto para atuar no confronto anterior contra o Cruzeiro, mas uma indisposição na perna na véspera da partida impediu sua participação, conforme detalhou o treinador:

"O Ganso não está sendo relacionado porque está machucado. Fez exame, deu quase grau I. Ele estava escalado para jogar contra o Cruzeiro. Na véspera ele sentiu a perna."

Com duas derrotas consecutivas no Campeonato Brasileiro, o Fluminense se vê em uma situação que exige pronta reação. Não há margem para lamentos, e o foco já se volta para o próximo compromisso. O Tricolor retorna ao gramado do Maracanã na próxima quarta-feira (23), onde terá pela frente o Palmeiras, em um confronto crucial para buscar a recuperação e retomar a trajetória de vitórias na competição.