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Renato Gaúcho Declara: "Acabou o Futebol" Após Eliminação do Fluminense

Por Redação FutFlu em 24/09/2025 00:43

A recente desclassificação do Fluminense para o Lanús, nas quartas de final da Sul-Americana, deixou marcas além do placar de 1 a 1 no jogo de volta e a derrota por 1 a 0 na Argentina. O ambiente no término da partida no Maracanã foi tenso, com a torcida expressando sua insatisfação através de vaias e gritos direcionados à comissão técnica. Em meio a esse cenário de frustração, o técnico Renato Gaúcho, em coletiva pós-jogo, proferiu um diagnóstico sombrio sobre o esporte, atribuindo parte da deterioração às plataformas digitais.

A Visão Amarga de Renato sobre o Futebol Moderno

Com a experiência de quem já viveu intensamente o futebol em diversas eras, Renato Gaúcho apresentou uma perspectiva desencantada do cenário atual. Em um desabafo incisivo, ele declarou:

"Eu dei uma entrevista há uns dois meses e hoje estou repetindo: acabou o futebol. Acabou por causa das redes sociais. Tanto para o jogador quanto para o treinador. Hoje em dia é uma guerra de críticas. Quando ganha tem alguns elogios, quando perde ninguém é bom, todo mundo é ruim. O futebol está caminhando para um caminho que, infelizmente, todos nós, jornalistas, treinadores, jogadores e torcedores estão perdendo. O futebol está acabando. Está no finalzinho. Essa é uma opinião minha"
, sentenciou o comandante tricolor.

Refletindo sobre a enxurrada de críticas, o treinador fez questão de contextualizar sua própria resiliência e a universalidade do escrutínio no esporte de alto nível.

"Eu estou bem vacinado no futebol. Sei da minha capacidade. O Guardiola, que eu considero o melhor treinador do mundo, se eu não me engano no início do ano, estava sendo chamado de burro. Então hoje em dia no futebol nada mais me surpreende. Nada, nada, nada, dentro e fora de campo. Justamente devido às redes sociais. Todo mundo é treinador, todo mundo pega a rede social e opina. Algumas pessoas vão atrás da pessoa que não entende nada. Não são todas, mas muitos da rede social não entendem nada de futebol. E aí quem paga o pato é o treinador, o jogador. O que a gente vai fazer?"
, questionou Renato, apontando o dedo para a superficialidade e o volume de comentários infundados que, segundo ele, corroem a essência do jogo.

A Eliminação e as Escolhas Táticas Sob Fogo Cruzado

Ao abordar a performance da equipe em campo, Renato detalhou as nuances da partida que culminou na eliminação. Ele reconheceu a queda de produção na etapa final, mas atribuiu a alteração de Hércules, no intervalo, a uma questão física inegociável.

"Dominamos o primeiro tempo, fizemos o gol, tivemos algumas oportunidades de fazer o segundo e não fizemos. Caímos um pouco de rendimento no segundo tempo. Não adianta falar a mesma coisa porque vocês vão falar que é o mesmo discurso. É o desgaste do time. O Hércules não conseguia ficar em pé no intervalo do jogo. Essas informações as pessoas não têm, quem tem é o treinador. Ele pediu para sair de novo porque não aguentava mais sequer ficar em pé. Por isso foi substituído. Mas as pessoas acham que o treinador errou, mudou errado. As pessoas não têm as informações. Claro que eu não queria tirar o Hércules no intervalo, mas tive que tirar"
, esclareceu o técnico, sublinhando que certas decisões são tomadas com base em dados internos que não chegam ao público.

Ainda sobre as escolhas táticas, Renato não hesitou em rebater questionamentos sobre a não utilização de determinado atleta, como Lima.

"O segundo tempo caímos um pouco de produção, mas, mesmo assim, o jogo estava controlado. Infelizmente em um contra-ataque deles levamos o gol de empate. Tentamos ir para dentro deles, fiz algumas substituições, coloquei alguns atacantes, mas infelizmente não conseguimos fazer o segundo gol. Quantas substituições você quer que eu faça? Agora eu te pergunto, o Lima entraria no lugar de quem? Responde você para mim. Então deixa o técnico decidir. Eu tenho cinco substituições, duas fiz no intervalo do jogo"
, instigou o treinador, reforçando a prerrogativa da comissão técnica em definir os melhores caminhos para o time.

O Impacto da Crítica no Elenco e a Defesa de Soteldo

Ainda sobre as alterações durante a partida, Renato detalhou cada movimento.

"Saiu o Hércules porque ele pediu para sair. Tirei Everaldo porque ele não estava em uma noite boa, coloquei o Cano. No segundo tempo, nós infelizmente tomamos o gol de empate, coloquei o Kennedy e o Keno. O Keno principalmente é o jogador do drible, que abre defesa. Depois tirei o Canobbio, que não aguentava mais. Jogou na Argentina, jogou em Salvador, e coloquei o Riquelme, que é o garoto do drible. Pensei em colocar o Soteldo, que está aqui há um mês e ninguém gosta dele. Te falei, o futebol acabou. O cara é titular da seleção venezuelana. O único jogador que eu pedi para o Fluminense trazer foi o Soteldo justamente porque é um jogador que abre a defesa adversária, um para um. Ele entrou em dois jogos, o Fluminense perdeu os dois jogos, as pessoas estão culpando o Soteldo. Onde nós vamos parar com o futebol? Não é aqui no Fluminense, é em todo lugar. Os treinadores não têm mais paciência para essas coisas. Quando os treinadores mais antigos pararem, aí de repente vocês começam a valorizar bem quem está começando com novas ideias. E aí vamos ver onde o futebol vai parar. Gravem bem essa entrevista que estou dando hoje, daqui a pouco vão reprisar. 'É, bem que o Renato tinha razão'. Hoje em dia ninguém é bom, infelizmente"
, argumentou o técnico, usando o caso de Soteldo como um exemplo paradigmático da cultura de críticas exacerbadas.

A defesa do venezuelano, que segundo Renato foi o único atleta que ele solicitou a contratação, ressalta a sua preocupação com a forma como os jogadores são rapidamente julgados. A precoce culpabilização de Soteldo, que mal teve tempo de se adaptar e entrar em ritmo, ilustra a impaciência do ambiente futebolístico e a pressão que recai sobre atletas e treinadores, confirmando a tese de que o esporte, em sua essência, está se perdendo.

Dinheiro, Expectativas e o Futuro do Campeonato Brasileiro

Ainda na coletiva, Renato Gaúcho não se furtou a discutir a intrínseca relação entre investimento financeiro e sucesso esportivo, especialmente em competições de longa duração.

"Se você vai por esse lado aí, com todo o respeito à pergunta... você pega o Flamengo, o Palmeiras, mais dois outros clubes ali com dinheiro, e coloca pra disputar o Brasileiro apenas entre eles. Se o dinheiro faz a diferença, coloca lá. No mundial, na hora do vamos ver, você viu o que aconteceu também. Então você pega um clube que tem dinheiro, em um campeonato longo, uns 2-3 clubes que tem dinheiro, você pode ter certeza que esse 2-3 times que vão brigar pelo título. Não tenha dúvida. Você pode empatar aqui, perder outro jogo lá, mas no final das contas, esses times que investiram muito que vão disputar o título. Só você ver o que acontece no Brasileiro todos os anos. Começou o Campeonato Brasileiro, Flamengo e Palmeiras são os favoritos pra ganhar o título. Por que? Campeonato longo. Nos outros campeonatos, mata a mata, tudo pode acontecer, como aconteceu hoje. A diferença de dinheiro, tanto é que nós jogamos bem lá na Argentina, jogamos melhor aqui hoje e perdemos o jogo, fazer o que? Eles tiveram duas oportunidades e fizeram o gol, nós tivemos algumas oportunidades e não fizemos o gol. Eu costumo falar que futebol é bola na rede, eles fizeram o gol, que importaram pra eles, nós conseguimos fazer apenas um, empatamos e saímos"
, ponderou o técnico, destacando que, apesar de boas atuações, a eficácia do adversário e a disparidade de recursos podem ser fatores decisivos.

Com a Sul-Americana fora do horizonte, o Fluminense agora direciona todas as suas energias para o Campeonato Brasileiro. A equipe, atualmente na oitava posição com 31 pontos, a 11 do G-4, tem um desafio importante no próximo domingo, quando enfrentará o Botafogo no Maracanã, às 16h (de Brasília), pela 25ª rodada. A semifinal da Copa do Brasil, por sua vez, só ocorrerá em dezembro, deixando um longo período para a recuperação e foco exclusivo na liga nacional.

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Patrícia

Patrícia

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Comentado em 24/09/2025 03:51 Renato tá meio na pilha, mas o time tem potencial, só falta encaixar mais jogada, firme Fluzão!
Thiago

Thiago

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Comentado em 24/09/2025 02:13 Calma, Fluzão! Ainda tem muita lenha pra queimar, rsrs.
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