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Manto da Memória: Fluminense Homenageia Consciência Negra e Casal 20

Por Redação FutFlu em 18/11/2025 19:33

Em um gesto de profunda relevância, o Fluminense revelou, na última terça-feira (18/11), uma vestimenta comemorativa alusiva ao Dia da Consciência Negra, que se celebra anualmente em 20 de novembro. Mais do que um simples lançamento de produto, a iniciativa é acompanhada por uma campanha audiovisual que busca exaltar a indelével presença, a rica trajetória e a inegável força da população negra dentro da instituição. Esta nova peça de vestuário não apenas celebra a data, mas também presta um tributo especial à icônica dupla Washington e Assis, o inesquecível "Casal 20", que deixou sua marca na história do clube durante a década de 1980.

Confeccionada em uma tonalidade predominantemente grená e desenvolvida em colaboração com a Braziline, a indumentária já se encontra disponível para aquisição nas lojas oficiais do Tricolor. A concepção desta camisa transcende a mera estética, aglutinando significados culturais e simbólicos que ressoam tanto com a identidade do Fluminense quanto com a vasta cultura negra. A deliberada incorporação de elementos afro-diaspóricos sublinha o empenho do clube em valorizar a memória, a ancestralidade e, crucialmente, promover uma educação antirracista.

Detalhes intrínsecos conferem à camisa um caráter distintivo. Nela, figura o Nea Onnim, um venerável símbolo adinkra dos povos Akan de Gana, cujo significado profundo é "aquele que não sabe pode aprender". A escolha deste emblema, tradicionalmente associado à sabedoria e à busca incessante por conhecimento, não é fortuita; ela convoca a massa tricolor a uma reflexão, sugerindo que a erradicação do racismo demanda informação, abertura ao diálogo e uma transformação que envolva toda a coletividade.

No dorso da camisa, a frase "Recordar é viver" se destaca, servindo como um poderoso lembrete de que o desmonte das estruturas racistas é uma incumbência perene para o clube. Esta máxima, eternizada pela dupla Washington e Assis, assume aqui o papel de um apelo à salvaguarda da memória negra na rica tapeçaria tricolor. Outro elemento visual de notável impacto é a representação da Espada de São Jorge, uma planta com raízes africanas, introduzida ao Brasil pela diáspora. Seu desenho permeia toda a superfície do manto em uma padronagem sutil, mas significativa. O brasão do Fluminense , por sua vez, surge em uma versão monocromática, adornado por um relevo que evoca os grafismos africanos, conferindo-lhe uma profundidade cultural adicional.

Um Manto de Consciência e Representatividade Tricolor

A reverência ao "Casal 20", Washington e Assis, transcende a mera nostalgia esportiva. A dupla, que imortalizou seus nomes na década de 1980 com a conquista do Campeonato Brasileiro de 1984 e o tricampeonato estadual (1983-84-85), é homenageada através de um patch estilizado posicionado na barra frontal direita da camisa. Como já mencionado, a frase "Recordar é viver", intrinsecamente ligada à dupla, adorna a parte posterior do manto. A inclusão do Casal 20 nesta iniciativa não se restringe a uma celebração de feitos em campo; ela se configura como um ato político de reconhecimento inegável: atletas negros não apenas foram pilares das maiores glórias do Fluminense , mas continuam a personificar a genialidade, a devoção ao escudo e a resiliência.

Casal 20: Símbolos de Glória e Resistência Negra

Em suma, a camisa comemorativa do Fluminense para o Dia da Consciência Negra é mais do que uma peça de vestuário; é uma declaração. Representa o reconhecimento de uma dívida histórica e o compromisso com a construção de um futuro onde a memória, a ancestralidade e a luta antirracista estejam sempre presentes. Resta saber se este simbolismo se traduzirá em ações concretas e contínuas que reforcem, de fato, a bandeira de inclusão e respeito que o clube agora ostenta com tanto orgulho.

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