Lezcano no Fluminense: R$26 Milhões em Campo? Futuro do Meia Paraguaio em Xeque

O Fluminense se prepara para um confronto decisivo contra o Ceará, agendado para este domingo, às 16h, no Estádio Castelão. No elenco que viaja, um nome em particular atrai a atenção não apenas pela possibilidade de entrar em campo, mas pelo histórico recente que o acompanha: o meia paraguaio Rubén Lezcano. O jogador de 21 anos foi relacionado para a partida, assumindo a vaga do suspenso Lucho Acosta, e pode, finalmente, reencontrar o gramado após quase dois meses de inatividade. Contudo, sua presença é esperada no banco de reservas, com Lima assumindo a titularidade.

A história de Lezcano no clube tricolor é, até o momento, um paradoxo de investimento e utilização. Nos últimos cinco meses, o atleta acumulou a ínfima marca de apenas 13 minutos em campo. O mais intrigante é que essa escassez de tempo de jogo não se deve a lesões. A verdade é que o jovem meia atravessou a gestão de três comissões técnicas distintas desde sua chegada ? Mano Menezes, Renato Gaúcho e Zubeldía ? e nenhuma delas lhe concedeu o espaço esperado para um reforço de seu calibre.

O Alto Custo de uma Ausência: O Dilema de Lezcano

Rubén Lezcano chegou ao Fluminense como o décimo primeiro reforço da primeira janela de transferências de 2025, sendo anunciado no dia 28 de fevereiro, um dos últimos dias disponíveis. A sua contratação representou um desembolso considerável por parte do clube: cinco milhões de dólares, que na cotação atual equivalem a impressionantes R$ 26,9 milhões, por 50% dos direitos econômicos do atleta paraguaio.

A expectativa em torno de Lezcano era alta. Ele foi projetado para ser o principal meia de construção da equipe, uma necessidade premente à época, considerando a incerteza que pairava sobre a situação de Ganso. O camisa 10 havia sido diagnosticado com miocardite pouco mais de um mês antes, e seu retorno aos gramados era uma incógnita. Lezcano, portanto, chegava com a responsabilidade de preencher uma lacuna vital no esquema tático.

No entanto, a realidade em campo tem sido bastante distinta. Em oito meses no Brasil, o meia foi acionado em apenas 11 partidas e, nelas, não conseguiu participar diretamente de nenhum gol. A ausência de impacto técnico contrasta fortemente com o vultoso investimento, levantando questionamentos sobre o planejamento e a adaptação do jogador.

Minutos Contados: Uma Trajetória de Subutilização

A trajetória recente de Lezcano é marcada por períodos longos de espera. A última vez que o paraguaio pisou em campo foi em 20 de setembro, durante a partida contra o Vitória. Naquela ocasião, entrou aos 32 minutos do primeiro tempo e foi substituído no intervalo, somando 13 minutos, após a expulsão do zagueiro Igor Rabello. Antes disso, sua participação mais recente havia sido em 21 de maio, contra a Aparecidense, por 14 minutos. Esses são os únicos minutos que o atleta teve nos últimos cinco meses.

Para ilustrar a disparidade entre investimento e tempo de jogo, observemos os dados:

A Dança das Cadeiras no Meio-Campo e a Chance Rara

Durante a passagem de Renato Gaúcho pelo comando técnico, Lezcano era uma figura constante nas listas de relacionados para os jogos, mas raramente deixava o banco de reservas. A chegada de Zubeldía, combinada com a contratação de Lucho Acosta, aprofundou ainda mais sua marginalização no elenco . O técnico argentino, inclusive, só tem levado o paraguaio para as partidas em que Acosta não está disponível, como ocorreu contra o Juventude e agora frente ao Ceará.

Este cenário se desenrola enquanto Ganso se recupera de uma lesão na panturrilha. Com a iminente liberação do camisa 10 pelo departamento médico, esperada para esta semana, a tendência é que o espaço para o jovem Lezcano se torne ainda mais restrito. A partida no Castelão, portanto, emerge como uma das derradeiras oportunidades para o armador paraguaio nesta temporada demonstrar seu valor e, quem sabe, conquistar mais minutos em um futuro próximo. Será uma chance que, dada a sua trajetória recente, ele não poderá desperdiçar.