Fluminense x Vasco: O Tira-Teima da Copa do Brasil 2025 e o Legado de Confrontos Épicos

A iminente semifinal da Copa do Brasil de 2025 colocará Fluminense e Vasco frente a frente, a partir desta quinta-feira, às 20h, no palco icônico do Maracanã. Mais do que um simples embate, este confronto representa um verdadeiro tira-teima na história da competição. As duas agremiações já se encontraram em momentos cruciais do torneio, cada uma ostentando uma classificação em duelos diretos. Mergulhamos agora nos pormenores desses embates passados, desvendando as nuances e peculiaridades que os envolveram.

A Inesperada Glória Tricolor de 2000 na Copa do Brasil

O primeiro capítulo desta rivalidade na Copa do Brasil desenrolou-se no ano 2000, um período marcado por uma atmosfera de intensas provocações e um cenário de desequilíbrio aparente. Naquela ocasião, o Fluminense , recém-retornado à elite do futebol nacional e com um elenco considerado modesto, protagonizou uma façanha ao eliminar o seu arquirrival nas quartas de final. O Vasco, por sua vez, carregava o peso do favoritismo, respaldado pelos títulos recentes da Libertadores e do Campeonato Brasileiro, configurando um contraste notável entre as expectativas.

A classificação do Fluminense foi selada pelo critério do gol qualificado fora de casa, uma regra que ainda ditava os desempates na Copa do Brasil daquele tempo. Após um empate em 1 a 1 no Maracanã, o Tricolor silenciou o estádio de São Januário com uma nova igualdade, desta vez por 2 a 2, garantindo assim sua passagem para a próxima fase.

A forma como o confronto de volta se desenrolou, no entanto, foi o catalisador de um turbilhão de acontecimentos. Apesar da posição de franco favorito, o Vasco viu o Fluminense abrir uma vantagem de 2 a 0, com gols assinados por Magno Alves e Agnaldo. Em desvantagem no placar, os vascaínos esboçaram uma reação com dois tentos de Edmundo, mas o resultado final de empate não foi suficiente para reverter a situação.

Foto: ( Alexandre Loureiro/AGIF)

O Pós-Jogo Conturbado e a Provocação de Eurico Miranda

Imediatamente após o apito final, o campo de jogo transformou-se em um palco de acaloradas discussões e conflitos, culminando na expulsão de quatro atletas: César e Fabinho, representando o Fluminense , e Viola e Felipe, do lado vascaíno. Subsequentemente, Abel Braga, então técnico do Vasco, apresentou seu pedido de demissão e foi publicamente repreendido por Eurico Miranda, o vice de futebol da época. O dirigente, mesmo diante da eliminação, não hesitou em tecer uma provocação memorável ao Fluminense , afirmando:

?Só tinha conhecido um que ressurgiu dos mortos, que foi Jesus Cristo. E vi que agora o Vasco tem essa capacidade de ressuscitar, ressuscitou o Fluminense.?

A Reviravolta Cruzmaltina em 2006: Vasco na Final

A resposta do Vasco à eliminação de 2000 viria em 2006, quando a equipe de São Januário garantiu sua vaga na decisão da Copa do Brasil. No confronto de ida, Edilson Capetinha foi o autor do gol solitário que selou a vitória por 1 a 0. No jogo de volta, Valdiram inaugurou o placar para os vascaínos aos 31 minutos, mas o gol de empate do Tricolor, marcado por Petkovic, não foi suficiente para alterar o destino da classificação. Naquele período, o Vasco já consolidava uma hegemonia em confrontos diretos contra o Fluminense nos anos 2000, com um retrospecto de 14 vitórias vascaínas e apenas cinco tricolores nos 30 duelos anteriores.

Valdiram: O Artilheiro Controverso e o Jovem Thiago Silva

Valdiram, atacante de talento e personalidade complexa, destacou-se como o artilheiro da Copa do Brasil de 2006, com impressionantes sete gols, incluindo um hat-trick na goleada por 5 a 1 sobre o Iraty, na segunda fase. Contudo, sua trajetória foi marcada por episódios extracampo. Renato Gaúcho, então técnico do Vasco, escalou-o como titular na primeira partida da final contra o Flamengo, mas Valdiram não foi sequer relacionado para o jogo de volta. O motivo: sua aparição embriagado no treino da véspera. O próprio atacante, no dia seguinte à derrota na decisão para o Flamengo, confessou à família que chegou para treinar ainda com um copo de cerveja em mãos.

Uma curiosidade que permeia aquele elenco tricolor de 2006 é a presença de Thiago Silva, hoje um zagueiro de renome mundial e atualmente no Fluminense . Ele foi peça fundamental e titular ao longo de toda a campanha do time naquela edição da Copa do Brasil, antes de sua partida para o Milan, na Itália, em 2009.