Fluminense Vence Vitória: Renato Gaúcho Revela Tática de "Sofrer" e Garante Pontos Cruciais

A equipe do Fluminense, sob o comando de Renato Gaúcho, garantiu uma vitória magra de 1 a 0 sobre o Vitória, atuando no Barradão. O resultado, obtido neste sábado pela 24ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2025, foi particularmente notável pela formação alternativa utilizada pelo treinador. Gaúcho fez questão de ressaltar a abnegação de seus atletas, afirmando que o Tricolor "soube sofrer" para resistir à intensidade do oponente e assegurar os valiosos três pontos fora de casa.

O técnico descreveu o confronto como um embate de intensa entrega mútua, uma vez que o Vitória se encontra em uma posição delicada na tabela. "Nós precisávamos voltar a pontuar", destacou Gaúcho, enfatizando a relevância do resultado. Ele prosseguiu, reconhecendo a complexidade de atuar no Barradão: "Nós sabemos que o jogo ia ser difícil, sempre muito difícil, independente da situação dos times no campeonato, sempre muito difícil jogar aqui, uma pressão muito grande". No entanto, o ponto crucial, segundo ele, foi a capacidade da equipe: "o meu time soube suportar a pressão, soube se defender na hora que tinha que se defender".

O Fluminense , por sua vez, buscou o ataque nas oportunidades concedidas pelo adversário. A primeira etapa foi marcada por grande intensidade física. Após a abertura do placar, que trouxe certa serenidade à equipe, a partida sofreu uma reviravolta com a expulsão de um jogador do Vitória e, logo em seguida, de um atleta do próprio Fluminense . "Infelizmente nós perdemos o jogador no momento que nós estávamos ganhando o jogo", ponderou o técnico, referindo-se à perda da vantagem numérica.

A Estratégia do "Sofrimento" e a Resiliência Tricolor

Com o placar em vantagem e a igualdade numérica, esperava-se que o cenário fosse mais favorável ao Fluminense , especialmente no segundo tempo, quando o Vitória, necessitando do resultado, se lançaria ao ataque, abrindo espaços. "Sabíamos que o Vitória ia fazer uma pressão muito grande no segundo tempo, até porque eles precisavam do resultado", explicou Renato. Contudo, a tônica da etapa final foi a "entrega" do elenco. "O sistema defensivo, juntamente com os atacantes. A gente soube se defender, soubemos sofrer o jogo", declarou o comandante, enaltecendo a coesão tática. Apesar de algumas oportunidades para liquidar a fatura, a equipe pecou pela precipitação nas finalizações. "Mas enfim, eu acho que o mais importante de tudo foi que nós conseguimos uma vitória importante fora de casa contra um adversário que luta contra o rebaixamento também", concluiu, sublinhando o valor de um triunfo como esse, especialmente com um "time alternativo".

A conquista no Barradão impulsionou o Fluminense para a oitava posição no Campeonato Brasileiro, acumulando 31 pontos. A atenção, contudo, já se volta para o próximo compromisso: o jogo de volta das quartas de final da Copa Sul-Americana. O Tricolor enfrentará o Lanús na terça-feira, às 21h30, no Maracanã, precisando de uma vitória por dois gols de diferença para assegurar sua passagem à próxima fase do torneio continental.

A Gestão do Elenco e as Críticas Inevitáveis

Questionado sobre a prática de alternar a escalação, Renato Gaúcho manifestou seu descontentamento com as críticas superficiais. "É muito fácil um ou outro criticar sempre o treinador. Por que não põe sempre o time principal em campo? Porque é impossível", declarou, reiterando uma explicação que, segundo ele, se torna repetitiva. O técnico argumentou que "quem entende futebol sabe o que faz", contrapondo-se àqueles que opinam sem conhecimento dos bastidores. A falta de informação sobre o desgaste físico dos atletas, as dores ou a "perna pesada" é um fator crucial, frequentemente ignorado por críticos externos. O comandante reafirmou seus elogios à dedicação da equipe e ao triunfo vital fora de casa.

Analisando individualmente, Renato Gaúcho destacou a performance de Lavega. Apesar da carência de entrosamento e, mais importante, de ritmo de jogo, o atleta teve um desempenho satisfatório. "A entrega dele foi fundamental", afirmou o técnico, que manteve diálogo constante com o jogador durante a partida. Houve, no entanto, um momento de precipitação: "Faltou um pouquinho de calma na hora que o Canobbio dividiu uma bala com os zagueiros de cabeça. Até gritei para ele ter calma, que eu sabia que o Canobbio ia ganhar aquela bola, mas ele se precipitou, ficou impedido". O mesmo cenário de falta de ritmo se aplicava a Lezcano, que foi substituído no intervalo por um defensor, visando reequilibrar a equipe. Renato reiterou a importância da dedicação: "O time está de parabéns pela entrega. É isso que eu quero dos jogadores quando eles recebem oportunidades. Muitas vezes o jogador não está bem tecnicamente, mas essa entrega aí, ela tem que ter."

Arbitragem: Análise Fria e a Percepção do Colunista

Sobre a atuação da arbitragem, Renato Gaúcho adotou uma postura de imparcialidade. "Friamente vou analisar pelo que eu vi no campo. Eu sou um cara muito justo, não vou puxar sempre sardinha para o meu time, se o adversário foi prejudicado eu vou falar", declarou. Sem ter revisado os lances no vestiário, sua percepção em campo foi de uma condução "normal" para o futebol, com as expulsões ocorrendo dentro da dinâmica da partida. Ele destacou que não identificou "erros grotescos", considerando as faltas e os cartões como parte de um jogo intenso. O técnico reconheceu a dificuldade da tarefa dos árbitros, que raramente conseguem agradar a todas as torcidas. "Hoje o árbitro, no meu entender, apitou o que ele viu, não beneficiou nem A nem B", concluiu, antes de ressalvar que ainda não havia revisto os momentos mais polêmicos.