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Fluminense Triumfa Fora, Mas Expos Deficiências: Análise Profunda da Partida contra o Grêmio
Por Redação FutFlu em 03/12/2025 04:18
À primeira vista, o placar de 2 a 1 a favor do Fluminense contra o Grêmio, em confronto realizado nesta terça-feira na Arena, poderia induzir à percepção de uma vitória apertada, conquistada com o fôlego no limite. Contudo, uma análise mais aprofundada revela um panorama distinto. O triunfo da equipe comandada por Luis Zubeldía, na realidade, poderia ter sido alcançado com uma margem de segurança consideravelmente maior, caso houvesse maior acerto nas finalizações. Apesar disso, o saldo é inegavelmente positivo: os três pontos conquistados reforçam a excelente fase do clube e carregam um significado que transcende a mera adição à tabela.
A superioridade do Fluminense na Arena gremista é evidenciada pela profusão de chances claras de gol que a equipe desperdiçou. Em pelo menos quatro ocasiões, o Tricolor carioca teve a oportunidade de ampliar o marcador, transformando o que seria uma vitória consistente em uma goleada. Serna, por exemplo, falhou em uma finalização crucial próximo à meta adversária. Everaldo, em outro lance promissor, chutou para fora sem precisão. Soteldo, por sua vez, pecou na execução do arremate final, e incontáveis contra-ataques se perderam devido a passes imprecisos no momento derradeiro. Tais erros, paradoxalmente, confirmam a dominância exibida.
A despeito das falhas na conclusão, os êxitos do Fluminense sublinham a relevância deste triunfo. Para além dos três pontos vitais na tabela, a partida marcou um feito significativo: a primeira vitória de Luis Zubeldía como visitante neste Campeonato Brasileiro. Adicionalmente, Soteldo, que assumiu a vaga de Canobbio, finalmente pôs fim a um longo jejum de gols, iniciando um período de maior correspondência às expectativas depositadas em seu futebol. O resultado também mantém a equipe em um ritmo ascendente, crucial para a iminente semifinal da Copa do Brasil, um dos principais alvos da temporada.
Eficiência Questionável: As Oportunidades Perdidas do Tricolor
Além das chances desperdiçadas, é imperativo analisar o gol sofrido. Com uma confortável vantagem de 2 a 0, o Fluminense detinha o controle absoluto da partida, mas permitiu um tento desnecessário em jogada de bola parada, que reintroduziu o Grêmio no confronto. A pressão subsequente, em grande parte, emanou mais da tensão de ver o empate no ar do que de uma real superioridade do adversário. Ao longo dos noventa minutos, o goleiro Fábio foi incomodado por apenas quatro finalizações. Contudo, este episódio serve como um valioso aprendizado, um erro que não deve ser reiterado em desafios futuros.
Com um elenco desfalcado, o Fluminense foi forçado a uma reestruturação tática em campo. Era previsível que a equipe não alcançasse o mesmo patamar de desempenho de jogos recentes, notavelmente a goleada de 6 a 0 sobre o São Paulo. A ausência de pilares como Thiago Silva, Hércules e Canobbio exigiu que Ignácio, Nonato e Soteldo entrassem em campo, impondo uma adaptação aos estilos de jogo. O aspecto positivo é que todos os substitutos demonstraram bom rendimento.
Em campo, o Tricolor carioca pautou sua estratégia na regularidade e na manutenção de seu estilo. Priorizou jogadas de aproximação, um toque de bola envolvente e a exploração dos corredores laterais defendidos pelo Grêmio. Os anfitriões, por sua vez, depositavam suas esperanças no talento individual de Alysson e Arthur, considerados suas principais fontes de perigo. A carência de uma construção coletiva mais elaborada os levou a confiar em lampejos individuais, o que, ainda assim, exigiu algumas intervenções do goleiro Fábio .
Adaptação Tática e o Primeiro Tempo de Domínio Tricolor
O desequilíbrio inicial veio dos pés de Lucho Acosta. Em uma jogada que se desenhava sem grande ameaça no meio-campo, o meio-campista argentino orquestrou um passe primoroso para Serna, que, com precisão, cruzou para Soteldo. O venezuelano, enfim, pôde celebrar o fim de uma notável seca de mais de 400 dias sem balançar as redes. Embora o goleiro Tiago Volpi tenha contribuído para a concretização do lance, a superioridade do Fluminense na etapa inicial foi inegável. Mesmo com maior posse de bola, o Grêmio viu a maioria dos lances de perigo ser gestada pelo adversário.
A confirmação dessa dinâmica de jogo veio no epílogo da primeira metade, quando o Grêmio chegou a marcar com André, aproveitando uma bola aérea e superando Freytes. No entanto, o VAR interveio, anulando o gol por impedimento. A reação das arquibancadas, que esperava apoio, transformou-se em vaias, um sintoma da irritação crescente da torcida gaúcha, enquanto o Fluminense se mostrava preparado para buscar o segundo gol.
A oportunidade se materializou logo nos primeiros instantes da segunda etapa. Em um contra-ataque executado com maestria, Serna, Everaldo , Lucho Acosta e Soteldo protagonizaram uma exibição de passes rápidos e precisos que culminou no fundo da rede. O venezuelano, mais uma vez, foi o autor do gol, que àquela altura parecia sacramentar a vitória do Fluminense . Contudo, o desfecho não seria tão simples.
O Segundo Tempo: Gols, Tensão e o Preço da Desatenção
No ápice da desorganização gremista, com a torcida na Arena manifestando seu descontentamento através de vaias, o Fluminense permitiu um gol simplório de bola parada. Um escanteio resultou em cabeceio de André Henrique, que superou Fábio . Este foi, sem dúvida, o erro mais flagrante do Tricolor na partida, alterando drasticamente o cenário do confronto. Reanimado, o adversário intensificou a pressão, motivado mais pelo desespero do que por uma construção tática elaborada. A partir desse momento, a tensão tornou-se palpável no ar.
O Fluminense , por sua vez, teve novas chances em contra-ataques, mas falhou repetidamente no passe final. Serna, em mais uma ocasião, desperdiçou uma oportunidade clara sob a trave. A cada chance perdida pelo Tricolor, o Grêmio ganhava moral, insistindo em lançamentos longos e cruzamentos para a área. Um chute de Jardiel que acertou o travessão poderia ter selado o empate, mas esse lance se revelou mais uma centelha de inspiração isolada em meio a um desempenho errático dos gaúchos.
Ao soar do apito final, o Fluminense concretizou seu objetivo principal. Os três pontos conquistados são de suma importância na árdua disputa por uma vaga direta na fase de grupos da Conmebol Libertadores. Contudo, a lição que fica é a de que esta vitória, embora crucial, poderia ter sido construída de maneira significativamente menos sofrida, caso a eficiência tivesse sido uma constante.
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