Fluminense Pós-Mundial: A Crítica Realidade do Time no Brasileirão

O impressionante percurso do Fluminense na Copa do Mundo de Clubes, outrora motivo de imenso orgulho, não pode mais servir como escudo para a atual situação do clube. Em mais uma exibição desprovida de inspiração e marcada por uma performance coletiva profundamente falha, o Tricolor sucumbiu a uma derrota por 3 a 1 contra o São Paulo, no Morumbis, estendendo sua sombria sequência para cinco reveses consecutivos, sendo quatro deles no Campeonato Brasileiro.

A equipe que retornou ao Brasil em 11 de julho guarda poucas semelhanças com o aclamado grupo que brilhou nos Estados Unidos. Após um período de elevadas expectativas, o Fluminense agora se apresenta como um time assolado por erros individuais, com dificuldades notáveis na construção de jogadas e que oferece pouca ameaça aos adversários. Somente a atuação excepcional do goleiro Fábio impediu que o placar na capital paulista fosse ainda mais elástico.

Tática Desconexa: A Falha na Estrutura Tricolor

Diante de uma agenda de jogos intensa, o técnico Renato Gaúcho optou por um extenso rodízio no elenco, promovendo diversas alterações na formação inicial. Em comparação com o confronto anterior contra o Palmeiras, apenas Fábio , Freytes e Martinelli mantiveram suas posições. A escalação do Fluminense contra o São Paulo foi: Fábio ; Manoel, Thiago Silva, Freytes, Guga; Bernal, Martinelli , Lima; A. Canobbio, John Kennedy, Everaldo.

Com consideráveis modificações e sem um lateral-esquerdo de ofício, o Fluminense iniciou o jogo no Morumbis adotando um esquema defensivo de 3-5-2, que se transformava em um 4-3-3 no ataque, com Canobbio desempenhando a função de ala pelo corredor esquerdo. John Kennedy, que vinha atuando como segundo atacante no México, começou no ataque ao lado de Everaldo .

A estratégia montada por Renato não surtiu efeito. Durante todo o primeiro tempo, o São Paulo demonstrou clara superioridade, abrindo o placar aos 23 minutos. Luciano cruzou com liberdade pela direita, encontrando Arboleda, que subiu mais alto que Guga para cabecear a bola para o gol. A ineficácia ofensiva do Fluminense foi evidente, e apenas a defesa crucial de um pênalti por Fábio , cobrado por Luciano aos 41 minutos, evitou que a equipe fosse para o intervalo com uma desvantagem ainda maior.

Foto: (Cesar Greco/Palmeiras/by Canon)

Ajustes Insuficientes: As Trocas que Não Resolveram

O desempenho insatisfatório na primeira etapa levou Renato Gaúcho a promover uma drástica quádrupla substituição no intervalo: Serna, Soteldo, Hércules e Samuel Xavier entraram nos lugares de John Kennedy, Canobbio, Martinelli e Manoel . Guga foi então improvisado na posição de lateral-esquerdo.

Em coletiva após a partida, Renato Gaúcho justificou suas escolhas:

"Foi uma mudança de esquema mesmo, nós não estávamos agredindo o adversário, estávamos sendo agredidos. Eu sempre falo para eles que é difícil fazer gol, a gente não pode ficar tomando gol toda hora porque você tem que se expor, você tem que abrir o time, tem que começar a dar espaço para o adversário."

O segundo tempo teve início com Fábio realizando mais duas defesas importantes. O São Paulo, na sequência, chegou a marcar com Luciano, mas o lance foi anulado após revisão do VAR por um toque de mão. Este gol anulado, que deveria ter servido como um alerta contundente, não foi suficiente para despertar o Fluminense . Minutos depois, o São Paulo explorou as linhas defensivas elevadas do Tricolor, com Ferreirinha ampliando a vantagem. Marcos Antônio cruzou pela direita, e o atacante cabeceou com total liberdade aos 13 minutos, fazendo 2 a 0. A incapacidade de reação do Fluminense persistiu, culminando na derrota por 3 a 1 que aprofunda a preocupação de sua torcida e exige uma reflexão imediata sobre o rumo da equipe.