Fluminense: Matheus Reis, Jóia de Xerém, Supera Lesão e Almeja Recomeço

Após um hiato de nove meses, a torcida tricolor pode vislumbrar o retorno de uma das mais cintilantes promessas oriundas de Xerém: Matheus Reis. O jovem de 18 anos, que em 2024 foi reconhecido pelo prestigiado jornal inglês The Guardian como um dos talentos mais promissores do futebol mundial, está de volta aos treinos sem restrições. Sua recuperação de uma grave ruptura no ligamento cruzado do joelho, seguida por intervenção cirúrgica, marca um passo crucial para sua reintegração à equipe profissional do Fluminense.

A fatalidade ocorreu em novembro de 2024, durante uma sessão de treinamento no CT Carlos Castilho. Naquele período, Matheus Reis já integrava os trabalhos com o elenco principal e havia sido relacionado para alguns confrontos sob o comando do técnico Mano Menezes. A expectativa de ascensão e de receber as primeiras oportunidades em campo profissional foi abruptamente interrompida pela lesão, que o afastou por um período considerável. Em depoimento concedido ao ge, o atacante compartilhou suas reflexões sobre o processo de recuperação e a ansiedade pelo retorno.

?São nove meses, é um período longo, então tiveram dias bons e ruins. No início da minha lesão, logo que aconteceu, foi difícil entender, foi difícil aceitar a lesão. Lembro que, quando machuquei, me perguntava o motivo de ter acontecido isso comigo. Os primeiros dias após a lesão foram bem difíceis, não consegui dormir à noite, porque sempre ficava pensando em tudo que estava acontecendo, no tempo, no processo que seria, mas ao longo dos dias fui aceitando e entendendo que teria que enfrentar as dores, porque faziam parte do processo, e sempre fui buscando manter pensamentos positivos?, revelou Matheus.

O Início da Luta: A Lesão que Freou um Sonho

A fase inicial da recuperação foi um verdadeiro teste de resiliência psicológica para o atleta. A dor física se somava à frustração de ver um sonho prestes a se concretizar ser adiado. O jovem talento, que já flertava com a estreia no time principal, teve de lidar com a incerteza e a espera, um desafio que exige maturidade incomum para sua idade.

?No começo da lesão, foi difícil aceitar porque eu sabia que podia ter chance de estrear no profissional. Então, pensava muito nisso e isso me deixava triste. Mas penso que Deus tem um propósito na minha vida. Agora, confesso que a ansiedade está grande, por mim eu já estaria liberado para jogar, mas sei que não é assim, o pessoal do clube sabe exatamente o momento certo que é melhor para eu retornar. Então, continuo mantendo a calma, focado em trabalhar cada dia mais, me preparar melhor a cada dia que passa para estar muito bem quando chegar a oportunidade?, afirmou Matheus Reis.

Sua perspectiva atual demonstra uma mescla de impaciência natural de quem anseia pelo jogo e a sabedoria de confiar na equipe multidisciplinar do clube, que monitora cada passo de sua recuperação. A calma e o foco na preparação diária são os pilares que sustentam a expectativa de um retorno triunfal.

Superação Mental: A Jornada Emocional da Recuperação

Matheus Reis é uma das pérolas da "Esquadrilha 07", uma geração de Xerém que já coleciona títulos importantes, como a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro sub-17, ao lado de nomes como Riquelme Felipe e Isaque. Sua inclusão na lista do The Guardian, que anualmente destaca os 60 melhores jogadores sub-17 nascidos em 2007, apenas reforça o potencial que o Fluminense possui em suas categorias de base.

A transição da academia para o campo representou um novo patamar de desafios. ?Na transição para a academia e para o campo, senti mais dificuldade quando comecei a transição de fazer exercícios na academia do que no campo, porque fiquei um tempo de muleta, sem andar direito. Quando comecei a academia, tirei as muletas e foi como se eu tivesse que aprender a andar de novo. Além disso, também tem o período de se adaptar aos exercícios da academia. Então, tinha dia que o joelho ficava dolorido, e aí era mais difícil de fazer. E enquanto eu fazia os exercícios, via meus companheiros treinarem em campo e ficava com vontade de estar lá com eles, mas sempre tentando manter a cabeça erguida e com foco, porque sabia que ia chegar a minha hora de estar lá.?

O Desafio Físico: Da Muleta ao Retorno aos Gramados

A luta não foi apenas contra a dor, mas também contra a mente, observando os companheiros em campo. A disciplina e a crença no processo foram fundamentais para superar a fase mais árdua da reabilitação. O ponto de virada veio com o retorno gradual às atividades no gramado, um momento de profunda gratificação.

?Na transição para o campo, sinto que foi mais fácil, porque aí era o que eu sempre quis, que era estar ali no campo, e me lembro que foi gratificante quando trotei pela primeira vez no campo. Fiquei muito feliz, lembro que pensei que estava valendo a pena todo trabalho e comprometimento. E agora, parando para pensar, sinto que consegui lidar bem com todo esse período. Pensava que seria mais difícil. Claro que teve dias bons e ruins, como falei, mas consegui lidar bem com esse período como um todo?, concluiu o atacante, avaliando sua jornada com uma perspectiva madura.

Além de Matheus Reis, outros três jovens talentos do futebol brasileiro foram honrados na mesma lista do The Guardian: seu colega de Fluminense , Riquelme Felipe, Estêvão, ex-Palmeiras e hoje no Chelsea, e Gabriel Carvalho, do Internacional. Essa menção internacional sublinha a qualidade da formação de atletas no Brasil e, especificamente, em Xerém.

O Horizonte Promissor: A Volta de um Talento Reconhecido