Fluminense: Jejum de Gols de Everaldo Questiona Escolhas de Renato Gaúcho

O próximo embate contra o Lanús no Maracanã, válido pela Sul-Americana, transcende a mera disputa por uma vaga na próxima fase; ele se configura como um verdadeiro teste de resiliência e um ponto de inflexão para o Fluminense. A necessidade de reverter um placar adverso impõe uma profunda reflexão sobre as escolhas táticas e o desempenho ofensivo da equipe. A pressão recai diretamente sobre a comissão técnica, que precisa urgentemente encontrar soluções para um setor de ataque que, em momentos cruciais, tem demonstrado uma preocupante fragilidade. A decisão de manter determinados atletas como titulares, em detrimento de outros com histórico comprovado de artilharia, tornou-se o epicentro de um debate cada vez mais acalorado entre a torcida e a crítica especializada.

A Persistência Tática e o Jejum de Gols

A manutenção de Everaldo na equipe titular, mesmo após as atuações que geraram controvérsia no Mundial de Clubes e um breve período de recuperação, volta a ser questionada diante de um preocupante jejum de gols. O atacante não consegue balançar as redes há 47 dias, um período extenso que alimenta as dúvidas sobre sua real eficácia como referência ofensiva do Tricolor. Essa seca de tentos, que se estende desde a vitória por 1 a 0 sobre o Grêmio em 2 de agosto pelo Brasileirão, contrasta com a expectativa de um jogador que deveria ser a ponta de lança da equipe em momentos decisivos.

Analisando o período mais recente, Everaldo anotou apenas quatro gols nos últimos quatro meses, totalizando oito tentos desde sua chegada ao clube. Seu desempenho no primeiro confronto contra o Lanús, onde permaneceu em campo até os 38 minutos do segundo tempo, ilustra bem a dificuldade. Naquela partida crucial, ele não registrou sequer uma finalização a gol, limitando-se a disputar a posse de bola no terço final do campo. Essa atuação, por sua vez, espelha a produção ofensiva anêmica de um time que, com três volantes no meio-campo, adotou uma postura excessivamente cautelosa, focada mais no controle do resultado do que na construção de jogadas de perigo.

Foto: (Divulgação)

O Artilheiro no Banco: Um Contraste Evidente

Em nítido contraste com a situação de Everaldo , Germán Cano, o indiscutível artilheiro tricolor da temporada, com 19 gols, tem visto suas oportunidades serem drasticamente reduzidas. Embora também atravesse um breve jejum de aproximadamente um mês, desde o gol contra o Fortaleza pelo Brasileirão, sua média e impacto no ataque são inquestionáveis. A opção por mantê-lo majoritariamente entre os reservas em jogos do Campeonato Brasileiro, assim como ocorre com John Kennedy, recém-retornado de empréstimo do Pachuca, do México, levanta indagações pertinentes sobre a gestão do elenco e a priorização de atletas em momentos cruciais.

A tabela a seguir ilustra a diferença de produção ofensiva, destacando as estatísticas dos dois atacantes:

A insistência em uma formação que prioriza o controle em detrimento da agressividade ofensiva, evidenciada pela presença de três volantes e a ausência de um artilheiro nato no comando do ataque em momentos-chave, pode custar caro ao Fluminense . O cenário atual exige uma revisão imediata das escolhas táticas, especialmente frente à necessidade imperativa de buscar a vitória e a virada no Maracanã.

O Caminho para a Virada: Escolhas Decisivas

A proximidade do confronto decisivo contra o Lanús intensifica o escrutínio sobre as decisões de Renato Gaúcho. A equipe, que esteve próxima de um empate sem gols na Argentina, viu o adversário granate balançar as redes nos minutos finais, transformando o desafio da volta em uma missão que clama por audácia tática e eficácia ofensiva. Ignorar a capacidade comprovada de jogadores como Cano e John Kennedy em momentos de tamanha importância pode ser um erro estratégico irreparável, comprometendo o avanço do clube na competição continental.

O futuro do Fluminense na Sul-Americana pende de uma linha tênue, e as escolhas para o setor ofensivo serão, sem dúvida, cruciais. A torcida e a diretoria aguardam com expectativa as definições do treinador, esperando que a busca pela virada seja pautada não apenas pela vontade, mas por uma estratégia que maximize o potencial de seus goleadores e minimize as fragilidades demonstradas até então. A responsabilidade de conduzir o time à próxima fase exige mais do que persistência; demanda discernimento, coragem para inovar e a capacidade de fazer as escolhas certas nos momentos mais críticos.