Fluminense: Derrota na Final do Carioca Feminino e o Distanciamento de um Título

A noite da última sexta-feira (21) marcou mais um capítulo de frustração para o Fluminense no Campeonato Carioca Feminino. Diante de um adversário implacável, a equipe tricolor foi superada por 2 a 0 no Estádio Luso-Brasileiro, na Ilha do Governador, na partida de volta da decisão estadual. O resultado não apenas garantiu o troféu ao rival, mas também consolidou uma hegemonia que o Fluminense ainda não conseguiu quebrar, estendendo a busca pelo seu primeiro título na competição.

Após um empate sem gols no confronto de ida, a expectativa era de um embate equilibrado. Contudo, a superioridade do adversário se manifestou através dos gols da lateral-direita Djeni e de um infeliz gol contra de Keké, selando a vitória e a consagração das "Meninas da Gávea". A derrota expôs fragilidades e a necessidade de uma revisão profunda no planejamento do futebol feminino tricolor, que segue sem uma taça no torneio.

O Desempenho Aquém do Esperado no Primeiro Tempo

A etapa inicial do jogo revelou um cenário de pouca inspiração tática e excessiva transpiração. Ambas as equipes cometeram inúmeros erros de passe, resultando em uma baixa produtividade ofensiva. No entanto, o adversário soube capitalizar melhor as deficiências do Fluminense , criando as oportunidades mais perigosas. Jogadoras como Jucinara e Duda Rodrigues foram constantemente acionadas, embora lhes faltasse o toque final para converter as chances.

Do lado tricolor, a dificuldade em construir jogadas ofensivas era palpável. As "Guerreiras" demonstraram uma notável falta de serenidade ao avançar para o ataque, e as falhas na transição se tornaram um problema recorrente. Um momento de grande apreensão ocorreu em um recuo para a goleira Vivi, que por pouco não cedeu a posse de bola para Lelê, sinalizando a instabilidade defensiva que permeava a equipe.

A Intensidade da Segunda Etapa e os Gols Sofridos

O retorno para o segundo tempo trouxe uma mudança de postura do lado adversário, que imprimiu maior intensidade e pressionou o Fluminense desde o apito inicial. A insistência foi recompensada aos oito minutos, quando Djeni avançou e abriu o placar, após um cruzamento preciso de Duda Rodrigues. A partir daí, a artilheira Cristiane esteve perto de ampliar, evidenciando a crescente ameaça.

O Fluminense , por sua vez, tentou reagir. Raquel Fernandes, em um lance de perigo, finalizou no travessão, e Lurdinha também buscou o empate, mostrando lampejos de poder ofensivo. Contudo, essa pressão não se sustentou. O adversário voltou a ameaçar com Cristiane e Gláucia, mas a goleira Cláudia se destacou com defesas cruciais. A situação se agravou quando, após um cruzamento na área, Keké tentou afastar a bola, mas acabou desviando-a para o próprio gol. Embora Lelê ainda tenha balançado as redes em um lance posteriormente anulado por impedimento, o adversário conseguiu administrar o resultado até o apito final.

O Legado de um Vice-Campeonato e o Desafio Pós-Final

Com esta vitória, o adversário não apenas garantiu seu nono título no Campeonato Carioca Feminino, mas também se estabeleceu como o maior vencedor da competição, superando o Vasco, que possui oito conquistas. A campanha foi marcada por um domínio incontestável, com a equipe levantando o troféu de forma invicta, ostentando a impressionante marca de 58 gols marcados e apenas três sofridos.

Para o Fluminense , a derrota representa mais um revés em finais contra o mesmo oponente. Este foi o quarto confronto decisivo entre as duas equipes, e em todas as ocasiões, o Tricolor não conseguiu superar a barreira imposta pelo rival. As finais de 2019, 2021 e agora 2024 reforçam um padrão de dificuldades que exige uma análise estratégica para o futuro. A ausência de um título na competição é um lembrete constante do caminho que ainda precisa ser percorrido para que o Fluminense alcance o topo do futebol feminino estadual.