Zubeldía no Fluminense: Análise Profunda da Estreia e Próximos Passos

Luís Zubeldía, recém-chegado ao Fluminense, marcou sua estreia com um triunfo expressivo no Maracanã. A vitória por 2 a 0 sobre o Botafogo, no último domingo, não apenas garantiu os primeiros três pontos sob sua gestão, mas também pôs fim a uma incômoda série de nove clássicos sem vitórias para o clube das Laranjeiras. A celebração efusiva do técnico argentino, que chegou a se ajoelhar no gramado, simbolizou o alívio e a promessa de um novo capítulo. Após o confronto, Zubeldía compartilhou suas primeiras impressões e avaliações sobre o elenco.

O Impacto Imediato e o Legado de Renato

Em suas declarações pós-jogo, Zubeldía fez questão de enaltecer o trabalho preexistente. "Primeiro dar parabéns a todos os jogadores, ao presidente, aos dirigentes e à comissão técnica que saiu do Renato. Fez um trabalho muito bom até aqui", afirmou o técnico, reconhecendo a base sólida deixada por seu antecessor. Ele prosseguiu, ponderando sobre a performance anterior da equipe: "A equipe vinha bem, apesar do dado estatístico de muitos jogos sem ganhar o clássico, acredito que a equipe estava funcionando bem. Com a nossa chegada só colocamos um pouco do nosso trabalho, mas o do Renato com a comissão dele era muito bom. Infelizmente ele não seguiu, nós assumimos imediatamente para estar no clássico." Essa postura, de valorizar o que foi construído, denota uma transição que busca continuidade antes de rupturas.

Filosofia de Jogo e a Evolução do Elenco

Ao abordar o futuro e a evolução do Fluminense , Zubeldía expressou confiança na capacidade de crescimento do grupo. Sua visão enfatiza a manutenção dos aspectos positivos, enquanto se buscam ajustes pontuais. "Confio que a equipe e os jogadores podem seguir fazendo um bom trabalho, crescendo. Continuar o que estavam fazendo de bom, corrigindo algumas coisas que às vezes não saem. E veremos", declarou o comandante. Ele adotou uma postura cautelosa quanto a diagnósticos mais profundos, afirmando ser "Muito cedo para dizer ou assegurar o que tem de melhorar."

A essência de sua metodologia parece residir na organização tática e na autonomia criativa dos atletas. "O mais importante para nós é ter uma organização prática e que a complexidade do jogo será dada aos jogadores através das relações, da mente. Acredito que é a combinação prática e a complexidade que dão os jogadores. O treinador não dá complexidade de jogo, dão os jogadores. Eles crescem e estão bem, possivelmente a equipe estará bem também", explicou o argentino, sublinhando que a inteligência e a interação entre os atletas são os verdadeiros motores da complexidade tática em campo.

Perspectivas no Brasileirão e o Perfil dos Pontas

Com a vitória no clássico, o Fluminense ascendeu à oitava posição no Campeonato Brasileiro, somando agora 34 pontos. O calendário tricolor segue intenso, com o próximo desafio pela competição agendado para a quarta-feira, às 19h (horário de Brasília), em um confronto fora de casa contra o Sport.

Questionado sobre as características dos jogadores de lado de campo, Zubeldía demonstrou conhecimento e valorização da diversidade no elenco . "O Fluminense tem bons extremos, tem opções, jogadores com mais e menos experiência, jogadores do Brasil e de fora. Vou tratar de usar o que podemos da melhor maneira", disse o técnico. Ele inclusive relembrou um embate do passado: "Já conhecia o Soteldo. Quando eu treinei a LDU o enfrentei no Zamora. Meu lateral-esquerdo era o Estupiñán, da seleção do Equador, e me recordo que esse extremo (Soteldo) complicou bastante a vida dele. Conheço o Soteldo desde essa época."

O treinador enfatizou a importância do caráter e da contribuição coletiva. "O torcedor sempre vai focar em um. O mais importante é ter caráter. Vamos ajudá-lo a melhorar, a somar para a equipe. Depois, o jogador faz um, dois gols, e a opinião muda. Espero que tanto ele quanto os demais possam fazer as coisas bem, porque a equipe precisa desse duelo individual, dessa profundidade para ter um bom desempenho", concluiu, reiterando que o sucesso da equipe depende da performance individual e da capacidade de desequilíbrio dos seus pontas.