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Zubeldía Explica Derrota: Cano, Escolhas e o Caminho do Fluminense na Copa do Brasil
Por Redação FutFlu em 20/10/2025 22:26
A recente derrota do Fluminense por 2 a 0 para o Vasco no Maracanã, em confronto válido pelo Campeonato Brasileiro, gerou discussões intensas, especialmente em torno da escalação e desempenho de Germán Cano. No pós-jogo, o técnico Zubeldía assumiu a responsabilidade por suas escolhas e ofereceu uma perspectiva particular sobre o resultado e o papel de seu centroavante.
A atuação de Cano, que desperdiçou uma oportunidade clara quando o placar ainda estava inalterado, foi um dos pontos mais criticados pela torcida. Contudo, o comandante argentino fez questão de reiterar a relevância do artilheiro para o esquema tático do Tricolor, minimizando a falha pontual em um contexto mais amplo da partida.
A Persistência em Cano e as Escolhas Táticas
Questionado sobre a manutenção de Cano e a ausência de John Kennedy entre os titulares, Zubeldía defendeu sua decisão, argumentando que a análise de um jogador é frequentemente distorcida pelo resultado final do jogo. Para o treinador, a percepção pública sobre um atleta pode mudar drasticamente com um único lance bem-sucedido.
"Germán é goleador, é uma peça importante para a equipe, já falei isso. E se hoje ele fizesse um gol pela marcação alta que fizemos, já estaríamos falando outra coisa. Goleadores são assim. Goleadores quando aparece e fazem gol, nos abraçamos todos. Quando não fazem gol, pedimos o que não está jogando", pontuou o técnico.
Zubeldía reforçou que a avaliação sobre quem joga ou não é de sua exclusiva alçada, refutando a ideia de que a escalação de John Kennedy teria alterado o cenário da partida. Ele insistiu que o time teve um bom desempenho inicial, especialmente no primeiro tempo, e que a derrota não refletiu a totalidade do que foi apresentado em campo.
"Acabo de explicar. Se tivéssemos feito o gol, estaria tudo bem. Não fizemos o gol e começamos a discutir porque jogou um e porque não jogou outro. Tudo se analisa por causa do resultado. O primeiro tempo saímos injustamente perdendo por 1 a 0. Tivemos oportunidades, pressionamos o rival, tivemos lances mais que claras... Depois, quando o resultado não vem, discutimos por não jogou John Kennedy, porque jogou tal jogador. É uma decisão que cabe a mim. Simplesmente isso. Respeito Germán, respeito John Kennedy, respeito Everaldo. Minha resposta é que a equipe foi bem por todo o primeiro tempo. No segundo tempo, quando estávamos nos acomodando, eles fizeram o segundo gol. Deram dois chutes, em que tiveram mais virtude ou um pouco acidental, de Rayan. Foi uma aparição pontual de um jogador que está em um bom momento. Penso que fizemos 45, 60 minutos bons."
O Clássico Sob a Ótica do Treinador: Acaso ou Fragilidade?
Ainda sobre o clássico, o treinador do Fluminense descreveu o confronto como equilibrado, com um diferencial crucial: a performance do jovem Rayan, do Vasco. Zubeldía sugeriu que os gols vascaínos tiveram um componente de sorte ou talento individual, ao invés de um domínio tático avassalador do adversário.
"Se hoje analisarmos o jogo, fizemos um bom primeiro tempo, acho que com maior claridade do que eles. E o atacante Ryan conseguiu encontrar esse espaço para fazer dois chutes, que em um se desvia no nosso defensor, e no segundo, saiu um remate de longe. Acho que a equipe fez um bom primeiro tempo, uns 15, 20 minutos. Apesar do segundo gol cedo, os últimos 20 minutos já foram mais difíceis, porque já com o nosso desespero, eles começaram a se encontrar um pouco mais, mas para mim o resultado é muito ajustado em relação ao que aconteceu no desenvolvimento. É certo que gols são amores, gols te permitem ganhar, e acho que a diferença está aí. Eles puderam encontrar os gols no momento justo. No momento justo do primeiro tempo e no momento justo do segundo tempo. Não por um domínio, não por anunciar que eles poderiam converter o gol, simplesmente pela aparição de um jogador que hoje gera um desequilíbrio a qualquer tipo de defesa."
A avaliação do técnico aponta para uma partida onde os detalhes foram decisivos, e a eficácia do adversário em momentos chave acabou por selar o placar, não necessariamente uma superioridade em todas as fases do jogo.
Copa do Brasil: Um Novo Cenário para o Fluminense?
Olhando para o futuro, Zubeldía fez questão de desvincular o revés no clássico das semifinais da Copa do Brasil, onde o Fluminense reencontrará o Vasco em dezembro. Para ele, a mudança de competição e o tempo até o confronto anulam qualquer influência direta do resultado atual.
"Será em dezembro, e, claro, cada uma das equipes vai tentar fazer conclusões, mas como falei em algum momento, é outro campeonato, é em dezembro, e são 180 minutos."
Essa perspectiva busca aliviar a pressão sobre o elenco, direcionando o foco para a preparação específica para um torneio de mata-mata, onde a estratégia e a mentalidade são distintas das exigências do Campeonato Brasileiro.
Decisões no Meio-Campo e a Busca pela Verticalidade
O treinador também abordou a escolha por Soteldo em detrimento de Riquelme, explicando que a natureza do clássico exigia uma abordagem mais cautelosa e experiente. A necessidade de equilíbrio entre ataque e defesa foi crucial para a sua opção.
"Creio que Guga e Soteldo poderiam gerar verticalidade. Me parecia uma partida complicada para Riquelme . Optei pela experiência. Porque não era uma partida de último terço. A outra partida foi de último terço. Essa não, teria que trabalhar ataque e defesa. Sobre Riquelme , sempre que tiver a oportunidade de colocá-lo, quando estamos trabalhando no último terço, com a perna invertida, como foi contra o Juventude, está bom, porque ele abre espaço quando vai para dentro. Mas por ter que trabalhar ataque e defesa, e por ser clássico e tudo mais, optei pela experiência. E por ter um lateral extremo, para ter energia."
Sobre a criação no meio-campo, Zubeldía reconheceu que, embora o time tenha gerado boas combinações, faltou o "passe final" para converter as chances em gols. Ele elogiou a contribuição de Lucho, que oferece verticalidade e capacidade de criação como meia-atacante, mas lamentou a ineficácia nas finalizações.
"Me parece que tivemos boas combinações, que pudessem terminar em gols. Faltou o passe final em muitas situações. Acredito que Lucho nos dá essa verticalidade, essa criação, que nos dá um meia-atacante. Nesse aspecto, me parece que faltou a ponta final. Em certo momento do primeiro tempo, tivemos nossas situações de gol, tivemos bola parada, acertamos em certas pressões, que foram boas, mas faltou ajustar nas terminações. E nesse tipo de partida, se tem (chance), tem que concretizar. E isso ocorreu no começou com eles. Foram duas ou três, que nem eram situações de gol, eram disparos de média distância, sem expectativa de gol. O gol acaba entrando por um rebote e o outro gol por segunda jogada. Então, gostei do que ele fez (Lucho), o ataque também. Podemos melhorar, sim. Eu acho que, no primeiro tempo, tínhamos que ser igual."
Com a derrota, o Fluminense permanece na sétima colocação do Campeonato Brasileiro, somando 41 pontos. O próximo desafio do Tricolor será contra o Internacional, no sábado, às 17h30, no Maracanã, em busca da recuperação na competição.
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