Sport Quer Anular Jogo Contra Fluminense: Entenda a Polêmica da Arbitragem

A noite da última quarta-feira, 1º de outubro, reservou um embate eletrizante pela 26ª rodada do Campeonato Brasileiro entre Sport e Fluminense, que culminou em um empate por 2 a 2. Contudo, o resultado em campo foi ofuscado por uma série de decisões arbitrais que geraram intensa insatisfação no clube pernambucano, que agora avalia a possibilidade de solicitar a anulação da partida. Os Leões da Ilha se sentiram flagrantemente prejudicados pelas marcações do árbitro Raphael Claus e da equipe do VAR, levantando questionamentos sobre a lisura do confronto.

A tensão começou ainda no primeiro tempo, em um momento decisivo. Martinelli, do Fluminense , balançou as redes, mas o gol foi subsequentemente anulado após uma revisão do VAR. Durante a análise desse lance, o Sport clamou por uma punição mais severa, especificamente um cartão vermelho para o jogador Ignacio, do Fluminense , uma solicitação que foi recusada, resultando apenas em um cartão amarelo. A decisão inicial já levantou as primeiras objeções do lado pernambucano.

Decisões Contestadas: O Vermelho Ignorado e o Pênalti Reclamado

Após o término da partida, o diretor de futebol do Sport, Barletta, compartilhou com o Premiere os detalhes de uma breve conversa com o árbitro Raphael Claus, que justificou sua decisão:

Claus me falou que não era para vermelho porque a bola bate na coxa do jogador do Fluminense.

No entanto, essa explicação não apaziguou os ânimos. Em uma coletiva de imprensa, Raphael Campos, vice-presidente do Sport, expressou sua indignação com a postura da arbitragem em relação ao lance:

No primeiro, sequer cogitam o vermelho.

O segundo tempo da partida foi, de fato, mais emocionante em termos de gols e reviravoltas. Aos 19 minutos, Lucho Acosta abriu o placar para o Fluminense . A resposta do Leão da Ilha não demorou, com Lucas Lima marcando um golaço de cobertura, restabelecendo a igualdade no placar. No entanto, a adrenalina estava reservada para os minutos finais.

Aos 35 minutos, o Tricolor Carioca reivindicou um pênalti. Raphael Claus, de imediato, não assinalou nada. Contudo, após uma breve interrupção, o VAR solicitou a revisão da jogada, e o árbitro, depois de consultar o monitor, apontou para a marca da cal. A cobrança, convertida por John Kennedy aos 38 minutos, colocou o Fluminense novamente à frente. Mas o drama não acabaria ali: nos acréscimos, Luan Cândido, o mesmo jogador que havia cometido a penalidade, conseguiu o empate, selando o placar final em 2 a 2.

O "Erro de Direito": Sport Busca Anulação por Decisões Arbitrais

O vice-presidente do Sport também direcionou suas críticas ao lance da penalidade que beneficiou o Fluminense , apontando para uma inconsistência na comunicação e decisão:

No segundo lance, ele confirma na hora que deu falta (em Pablo) e apita. Depois, o VAR pergunta de novo se ele deu falta e ele confirma de novo.

A controvérsia central para o Sport reside justamente na gravação do áudio da cabine do árbitro de vídeo. Nele, Raphael Claus é questionado sobre sua marcação inicial de falta em Pablo, no começo da jogada. O diálogo é revelador:

Claus, sua marcação é de falta no início da jogada? - VAR.
Falta no Pablo, falta no Pablo. - Raphael Claus.

Essa é a base da principal reclamação dos pernambucanos. Raphael Campos confirmou a intenção do clube de acionar seu departamento jurídico para avaliar a viabilidade de um pedido formal de anulação da partida, baseando-se no que consideram um "erro de direito".

Além de não ter sido pênalti, eles (VAR e Raphael Claus) cometem um erro de direito. Estamos estudando com o jurídico como embasar isso.

Reforçando a insatisfação, o diretor-geral de futebol do Sport, Enrico Ambrogini, também se manifestou sobre a performance da arbitragem, expressando um sentimento de frustração e desrespeito ao declarar que se sentiu um "palhaço" diante dos acontecimentos. A argumentação jurídica do Sport se apoia no artigo 259 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que estabelece que a anulação de uma partida só pode ocorrer em situações de "erros de direito", ou seja, quando há uma interpretação equivocada das regras do jogo por parte da arbitragem, e não apenas erros de fato ou de avaliação. A situação coloca o resultado do confronto em xeque, abrindo um precedente para uma batalha nos tribunais desportivos.