Fluminense x Mirassol: Choque de Estratégias na Busca pela Libertadores | Análise Exclusiva

A corrida por uma vaga na próxima edição da Copa Libertadores da América ganha contornos de confronto direto quando o Fluminense, com nove pontos a menos, busca alcançar o Mirassol. Este embate não é apenas uma disputa por posição na tabela, mas também um interessante estudo de estilos, com ambas as equipes se destacando por uma abordagem menos agressiva em campo.

O Confronto Direto por Vaga Continental

De maneira curiosa, a relevância do embate parece ser moldada por uma filosofia de jogo menos intensa. Fluminense e Mirassol figuram entre as equipes com menor índice de combatividade na Série A, considerando a soma de desarmes e faltas cometidas. O time carioca registra uma média de 24,8 ações de combate por partida, a menor entre todos os participantes, enquanto o adversário paulista não fica muito atrás, com 25,3, a segunda menor marca.

Embora o Fluminense ostente a quinta maior posse de bola do campeonato, com uma média de 52,7% do tempo, o que pode parcialmente justificar seu menor volume de combates, este controle não se traduz em um domínio avassalador sobre os adversários. O Mirassol, por sua vez, mantém a posse em 50% do tempo, ocupando a 11ª posição neste quesito.

Perfil Etário e a Efetividade Defensiva

Coincidência ou não, Fluminense e Mirassol também apresentam as médias de idade mais elevadas entre os times que iniciaram as partidas no segundo turno da competição, com 30,9 e 30,1 anos, respectivamente. Este dado sugere uma combinação de experiência técnica e potenciais limitações físicas que podem influenciar diretamente a organização defensiva das equipes.

Na rodada anterior, durante a derrota por 2 a 0 para o Ceará fora de casa, o Fluminense escalou sua formação titular mais jovem na competição, com uma média de 28,8 anos. Já o Mirassol manteve sua média de 30 anos. Apesar da experiência geral, o Fluminense é o time que menos realiza desarmes (12,5 por jogo) e o segundo que menos comete faltas (12,3). O Mirassol segue uma linha similar, sendo o terceiro com menos desarmes (13,0) e o terceiro com menos faltas (12,4). A soma dessas estatísticas os posiciona como as equipes menos combativas do torneio.

As consequências dessa baixa combatividade, contudo, divergem significativamente. Enquanto o Fluminense sofre um gol a cada 8,2 conclusões adversárias, uma das menores resistências defensivas, o Mirassol demonstra maior solidez, levando um gol a cada 13,0 finalizações contrárias, registrando a terceira maior resistência defensiva do campeonato. Para cada três finalizações que o Fluminense cede, o Mirassol concede quatro, totalizando 304 contra 404, respectivamente.

Para ilustrar melhor as diferenças na postura e eficácia, observe a tabela comparativa:

Desempenho Ofensivo: Eficiência em Foco

No que tange ao ataque, a disparidade entre as equipes é menos acentuada, mas ainda notável. Para cada 3,5 finalizações do Fluminense , o Mirassol realiza 4,0. A diferença na eficiência ofensiva é mais pronunciada: das 400 finalizações do Mirassol, a equipe converte um gol a cada 7,8 tentativas, posicionando-se como a segunda mais eficiente do campeonato. O Fluminense , com 355 conclusões, marca um gol a cada 9,9 tentativas, ocupando a sétima posição em eficiência no acumulado dos mandos.

Variações de Mando: O Fator Casa e Fora

A performance ofensiva do Fluminense se mostra mais eficaz quando atua como visitante, com um gol a cada 8,9 tentativas. No entanto, em seus domínios, como será nesta rodada, a equipe carioca registra uma média de 13,5 finalizações por jogo, a 13ª marca, e um gol a cada 10,7 tentativas, a 11ª média. Defensivamente, como mandante, o Fluminense é o terceiro time que menos permite finalizações de adversários (8,1), ostentando a nona resistência, com um gol sofrido a cada 12,1 conclusões.

O Mirassol, por sua vez, quando joga fora de casa, é o 13º em finalizações sofridas (15,1), mas compensa com a quarta maior resistência defensiva, sofrendo um gol a cada 12,6 conclusões contrárias. No ataque como visitante, é o quinto time que mais finaliza, com média de 11,8, e a oitava eficiência, com um gol a cada 10,4 tentativas. Em termos de volume total de jogo, as partidas do Mirassol estão na quarta colocação como as que mais apresentam finalizações, enquanto os jogos do Fluminense são os que têm menos. Contudo, arredondando, a diferença entre os totais de finalizações por partida entre as duas equipes é de apenas cinco.

As probabilidades de ocorrência de cada resultado são calculadas pelo economista Bruno Imaizumi com a aplicação de modelos estatísticos sobre microdados coletados desde 2013 pela equipe do Gato Mestre, formada pelos jornalistas Agnes Rigas, Arthur Sandes, Cadu Vargas (estagiário), Davi Barros, Felipe Tavares, Guilherme Maniaudet, Gustavo Figueiredo, Leandro Silva, Matheus Guimarães, Roberto Maleson, Rodrigo Breves e Valmir Storti, pelos cientistas de dados Bruno Benício e Vitor Patalano e pelo programador Gusthavo Macedo.