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Fluminense no G6: Análise Crítica da Vitória e o Desafio da Regularidade
Por Redação FutFlu em 29/10/2025 21:15
O Fluminense, sob a liderança de Luis Zubeldia, alcançou sua quinta vitória em oito partidas, somando 16 dos 24 pontos possíveis. Esse desempenho permitiu ao Tricolor Carioca retornar ao G6 do Campeonato Brasileiro, uma posição que não ocupava há mais de três meses. No entanto, a euforia do torcedor é temperada pela expectativa de que a equipe finalmente encontre a tão desejada regularidade, um fator essencial para inspirar confiança na reta final da temporada.
O Retorno ao G6 e a Inconstância Tricolor
A recente vitória por 1 a 0, conquistada na noite de quarta-feira no Maracanã, mais uma vez escancarou uma performance instável. O gol que abriu o placar, uma bela cobrança de falta de Renê, originou-se de uma decisão arbitral contestável. A produtividade ofensiva da equipe na etapa inicial foi notavelmente baixa. Embora o nível de atuação tenha melhorado no segundo tempo, o placar mínimo e perigoso persistiu até o apito final, enquanto o Ceará, por sua vez, pouco fez para justificar um eventual empate.
As escolhas táticas de Luis Zubeldia incluíram os retornos de Martinelli e Freytes, com Ignácio e Bernal iniciando no banco de reservas. A base do time permaneceu a mesma que havia superado o Internacional. Do lado do Ceará, Léo Condé não pôde contar com Dieguinho e Marcos Victor, optando por Lourenço e Vinícius Zanocelo como dupla de volantes. Richardson permaneceu entre os suplentes, e Marllon foi mantido na linha defensiva.
A Polêmica Arbitral e a Monotonia do Primeiro Tempo
Mais uma vez, a arbitragem assumiu o protagonismo em um período de jogo do Brasileirão. O árbitro paulista Flávio Rodrigues de Souza teve um papel decisivo no resultado parcial ao final dos primeiros 50 minutos no Maracanã. Ele assinalou um toque de mão de Marllon em um lance no qual a bola atingiu a lateral do tronco do zagueiro. Renê, com maestria, converteu a falta do bico direito da grande área, inaugurando o marcador.
O goleiro Bruno Ferreira não teve tempo hábil para reagir, sendo obstruído pela aglomeração de jogadores de ambas as equipes à sua frente. Foi o tipo de bola rápida e complexa para qualquer arqueiro defender. Curiosamente, nenhum dos dois goleiros foi exigido em defesas significativas durante uma primeira etapa monótona, marcada pela baixíssima criatividade das duas equipes, que somaram apenas quatro finalizações antes do intervalo.
Entre os poucos destaques individuais, Lucho Acosta se esforçou para impulsionar o ataque. Movimentou-se com desenvoltura pelo meio-campo, buscando escapar da marcação dos volantes do Ceará. Atuou nas costas de Zanocelo e Lourenço, mas também explorou os flancos para receber a bola com liberdade e dar andamento às jogadas. Contudo, faltou mais qualidade e inspiração aos seus companheiros para converter essas iniciativas em lances de perigo.
Desempenho Individual e as Dificuldades Ofensivas
John Kennedy enfrentou consideráveis dificuldades para encontrar a melhor forma de receber a bola, cometendo erros ao tentar realizar pivôs. Canobbio, embora gerasse o volume habitual, foi pouco efetivo até o intervalo. Serna e Martinelli apresentaram um desempenho tecnicamente abaixo do esperado, enquanto Hércules demonstrou um pouco mais de precisão. A equipe tentou aproximações e jogadas combinadas próximas à área adversária, mas exibiu pouco poder de penetração.
O Ceará, por sua vez, adotou uma estratégia clara de marcação recuada até sofrer o gol, conseguindo proteger bem sua área. Tanto que as demais tentativas relevantes do Fluminense foram anuladas por impedimento. Ofensivamente, no entanto, a equipe cearense deixou muito a desejar, mostrando-se extremamente burocrática e sem repertório para, de fato, incomodar o Tricolor. Tentou alguns passes diretos para Pedro Raul escorar, mas o centroavante foi completamente anulado por Thiago Silva. Buscou também saídas com passes curtos, quase sempre com Zanocelo iniciando e Vina como alvo nas costas de Martinelli e Hércules , mas essas jogadas não tiveram prosseguimento.
Nem mesmo a estratégia de combater intensamente longe da própria área para criar oportunidades de contra-ataque foi efetivamente aplicada. No intervalo, Léo Condé promoveu as entradas de Pedro Henrique e Richardson nos lugares de Pedro Raul e Lourenço. No Fluminense , Hércules foi substituído por Bernal.
As Mudanças Cruciais e o Despertar do Segundo Tempo
Com a entrada de Pedro Henrique, o Ceará ganhou mais agressividade na pressão sobre os zagueiros do Fluminense na saída de bola, embora a equipe nem sempre acompanhasse esse movimento. O time da casa, por sua vez, encontrou um melhor entendimento coletivo ao se aproximar da área no segundo tempo. Canobbio elevou sua produção, criando duas boas jogadas antes dos 15 minutos e chegando a acertar a trave logo em seguida.
Acosta também assustou o goleiro adversário com um chute da entrada da área, demonstrando boa sintonia com Renê, outro jogador que mantinha um alto nível em campo. Condé continuou a realizar alterações no Vozão, substituindo rapidamente o apagado Vina e o paraguaio Galeano por Mugni e Aylon. Zubeldia, por sua vez, acionou Cano e Keno antes da metade do segundo tempo, com John Kennedy e Serna deixando o gramado.
O centroavante argentino, em seu primeiro lance no jogo, esteve muito perto de balançar as redes. Mesmo com a vantagem no placar, o Fluminense permanecia mais presente no campo de ataque, mas desta vez de forma mais fluida ofensivamente. O Ceará não conseguia mais se defender com a mesma eficácia da primeira etapa e tampouco encaixava contra-ataques que pudessem ameaçar o adversário.
O Caminho para a Solidez e as Conclusões Finais
O Tricolor sofreu a perda de Canobbio, que sentiu o rosto após um choque com Matheus Bahia e foi substituído por Riquelme aos 30 minutos. O Alvinegro, por sua vez, colocou em campo um nome conhecido da torcida carioca, Paulo Baya, no lugar de Fernandinho. Riquelme e Cano ainda tiveram oportunidades de finalizar na reta final da partida, mas não foram contundentes. Bruno Ferreira realizou uma excelente defesa em um chute cruzado de Keno .
Nos acréscimos, o Vozão tentou uma pressão final, chegando a ocupar a área do Fluminense . Fabiano Souza finalizou após uma cobrança de escanteio, mandando a bola para fora em um lance de relativo perigo. Essa jogada final sintetizou a inoperância de uma equipe que vive seu pior momento no campeonato, acumulando quatro derrotas nos últimos seis jogos. A vitória do Fluminense , embora o coloque no G6, sublinha a necessidade urgente de aprimorar seu desempenho coletivo para afastar a inconstância que ainda permeia suas atuações.
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