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Fluminense Garante G-6, Mas Ataque Preocupa: Análise Crítica da Vitória
Por Redação FutFlu em 30/10/2025 02:14
O Fluminense cumpriu sua obrigação no Maracanã: uma vitória magra por 1 a 0 sobre o Ceará, com um gol decisivo de Renê em cobrança de falta. Este resultado não apenas adicionou três pontos vitais à sua campanha, elevando o total para 47, mas também catapultou o Tricolor para o G-6, ultrapassando o Botafogo e garantindo, por ora, um lugar na cobiçada zona de classificação para a Conmebol Libertadores de 2026. Um passo significativo, inegavelmente.
Contudo, a frieza do placar mal reflete a complexidade da partida. Assim como observado no embate anterior contra o Internacional, a equipe comandada por Zubeldía demonstrou um domínio consistente da posse de bola e uma solidez defensiva digna de nota. A vitória foi merecida, sim, mas a incapacidade de transformar esse controle em uma margem de gols mais confortável levanta questionamentos pertinentes sobre a efetividade ofensiva do elenco. O próprio treinador argentino, em suas declarações pós-jogo, foi enfático ao elogiar a evolução coletiva, mas sublinhou a necessidade de aprimorar a finalização:
"Desafio que temos para frente", pontuou.
O técnico optou por manter a espinha dorsal da formação que superou os gaúchos, promovendo apenas duas alterações estratégicas: os regressos de Freytes à linha defensiva e de Martinelli ao setor de meio-campo. Apesar das mudanças pontuais, a intensidade inicial que caracterizou a performance contra o Internacional não se replicou nos primeiros momentos deste confronto. O controle do jogo foi uma constante desde o apito inicial, com a equipe mantendo a posse e demonstrando agilidade na recuperação da bola, mas a rotação e a velocidade na busca por espaços no ataque deixaram a desejar, impedindo uma pressão mais contundente.
O Poder das Bolas Paradas e a Abertura do Placar
Foi nas jogadas de bola parada que o Fluminense conseguiu, de fato, romper a barreira defensiva adversária e ameaçar o gol cearense. Primeiramente, uma jogada bem ensaiada quase culminou em gol: Canobbio serviu Freytes, que cruzou para Lucho balançar as redes, mas o lance foi anulado por impedimento aos 19 minutos. Um aviso do que estava por vir.
Seis minutos mais tarde, a infração não foi capaz de deter o destino da bola. Renê, com precisão cirúrgica, cobrou uma falta da quina da grande área. A bola, sem desvio, atravessou a área e encontrou o fundo do gol, inaugurando o placar. Curiosamente, o gol não incendiou a partida, que permaneceu em um ritmo morno, com poucas oportunidades claras para ambos os lados. No setor ofensivo tricolor, Lucho se destacava como o principal articulador, exibindo uma criatividade que, por vezes, parecia estar um passo à frente de seus companheiros. John Kennedy, o centroavante, embora não estivesse em sua melhor noite, chegou a protagonizar um lance de rara beleza ao tentar uma assistência de letra para o camisa 32, evidenciando lampejos de um entendimento que precisa ser mais lapidado.
A Transição para o Segundo Tempo: Intensidade Sem Efetividade
O retorno do intervalo trouxe um Fluminense com outra postura. A entrada de Bernal no lugar de Hércules injetou uma dose de intensidade na equipe, que se mostrou mais agressiva e buscou atacar em velocidade. No entanto, o ímpeto esbarrou novamente nos próprios erros de execução. O time gerou pelo menos quatro chances claras de ampliar o marcador, além de rondar a área em diversas outras ocasiões, mas a demora na finalização ou a ineficácia dos arremates resultaram em bolas travadas ou desarmadas.
Canobbio, por exemplo, carimbou a trave, enquanto Riquelme finalizou sem força. Cano e Keno, em momentos distintos, exigiram defesas importantes do goleiro Bruno Ferreira. Nos minutos finais, a falta de um segundo gol quase custou caro, com o Ceará rondando a área e quase empatando em um erro na saída de bola de Bernal, um lembrete cruel da importância da efetividade. A íntegra da coletiva de Zubeldía após a vitória do Fluminense sobre o Ceará apenas reforçou a percepção de que há um trabalho contínuo a ser feito.
O Caminho para a Libertadores: Consolidar a Força Longe de Casa
Apesar das ressalvas sobre a performance ofensiva, o mais relevante foram os pontos somados e a quebra de um jejum de mais de dois meses sem duas vitórias consecutivas. O Fluminense reafirmou sua força como mandante, uma característica vital em qualquer campanha de sucesso. O desafio agora se desloca para fora dos domínios do Maracanã. Para consolidar sua posição no G-6 e, de fato, almejar a vaga na Libertadores, a equipe precisará replicar a solidez defensiva e o controle de jogo, adicionando a tão necessária efetividade ofensiva, em seus compromissos como visitante. A evolução é notável, mas o caminho para a excelência exige a superação dessas inconsistências.
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