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Fluminense: A Sina dos Gols no Fim e o Desafio de Zubeldia
Por Redação FutFlu em 02/10/2025 04:19
A contagem regressiva marcava meros dez segundos para o apito final. Soteldo não interceptou o cruzamento, e Luan Cândido surgiu desmarcado na segunda trave para balançar as redes. O empate em 2 a 2 entre Fluminense e Sport, na Ilha do Retiro, nesta quarta-feira, legou uma sensação de dupla frustração. Primeiramente, pela perda de dois pontos valiosos após uma performance que justificaria a vitória. Em segundo lugar, e mais preocupante, por ser mais um resultado adverso originado de gols concedidos nos instantes derradeiros do confronto.
A performance do Fluminense superou a do adversário pernambucano, e a equipe merecia sair vitoriosa. Contudo, o Tricolor novamente se viu enredado em suas próprias deficiências. O entrave observado na Ilha do Retiro espelha um padrão recorrente, já presenciado em diversas ocasiões. Atribuir os gols sofridos no final do jogo meramente à desatenção seria uma simplificação excessiva. Tratam-se, na verdade, de falhas técnicas que se repetem, seja pela inferioridade numérica na linha defensiva ou pela incapacidade de bloquear cruzamentos, tudo isso em momentos que exigem o máximo de concentração.
A Persistente Falha nos Acréscimos
No lance que culminou no gol de Luan Cândido contra o Sport, duas controvérsias surgiram. A primeira diz respeito ao traçado das linhas para um possível impedimento. A segunda, sobre um potencial desvio de Ramon Menezes na trajetória da bola, que poderia ter colocado o companheiro em posição irregular. Ambas as discussões são pertinentes, mas não alteram o fato crucial: dois defensores não podem permitir que adversários surjam livres na segunda trave no último lance da partida. Da mesma forma, Romarinho não deveria ter tanta facilidade para executar o cruzamento.
Um levantamento detalhado (conforme a tabela abaixo) evidencia a recorrência desse cenário. Um gol nos acréscimos contra o Lanús, em Buenos Aires, por exemplo, comprometeu a situação do Fluminense na Sul-Americana. Agora, mais um gol sofrido nos momentos finais subtrai pontos cruciais na disputa por uma vaga na Conmebol Libertadores. Tal sina representa um problema estrutural que clama por uma correção urgente.
O Padrão Alarmante: Mais Que Coincidência
A seguir, uma compilação dos gols sofridos pelo Fluminense nos minutos finais de partidas recentes, ilustrando a gravidade do problema:
| Partida | Minutos (do 2° tempo) | Autor do Gol |
|---|---|---|
| Volta Redonda 1x0 Fluminense | 41 | Mirandinha |
| Fluminense 1x1 Vitória | 44 | Lucas Braga |
| Botafogo 2x0 Fluminense | 49 | Savarino |
| Atlético-MG 3x2 Fluminense | 48 | Igor Gomes |
| São Paulo 3x1 Fluminense | 45 | Tapia |
| Fluminense 0 x 1 Flamengo | 40 | Pedro |
| Bahia 3x3 Fluminense | 43 | Luciano Juba |
| América de Cali 1x2 Fluminense | 47 | Barrios |
| Bahia 1x0 Fluminense | 40 | Luciano Juba |
| Lanús 1x0 Fluminense | 44 | Marcelino Moreno |
| Sport 2 x 2 Fluminense | 51 | Luan Cândido |
Fonte: Gato Mestre
O Contraste em Campo: Dominância Sem Eficácia
No embate contra o Sport, a disparidade de qualidade técnica entre os elencos era manifesta. Mesmo com um início mais cadenciado, o Fluminense conseguia ditar o ritmo da partida, enquanto o Sport, à exceção dos minutos iniciais, pouco oferecia perigo. Os pernambucanos apostavam no ímpeto e na pressão da torcida, mas careciam de poder ofensivo. Assim, a impressão era de que o Tricolor esbarrava na baixa efetividade de seus atacantes.
Canobbio e Serna cometeram erros em demasia. O colombiano, em particular, teve uma noite de altos e baixos. Quem mais sofreu com essa inconsistência foi Lucho Acosta, inquestionavelmente o melhor em campo. Se tivesse companheiros com maior precisão, poderia ter ido para o intervalo com duas ou três assistências. Viu apenas Canobbio acertar a trave após um de seus passes.
Reviravoltas e Lições Individuais
Curiosamente, quando Canobbio e Serna conseguiram replicar a mesma jogada com sucesso, o gol surgiu. O uruguaio encadeou uma sequência de dribles, o colombiano fez o mesmo, e Cano finalizou para Martinelli completar. No entanto, uma falta de Ignácio no início do lance invalidou a jogada. Mesmo controlando o jogo, o Fluminense criou oportunidades; faltou, contudo, a qualidade necessária para converter em gol.
O cenário se manteve na etapa final: o Fluminense , com um ritmo mais lento, controlava as ações, enquanto o Sport tentava pressionar, sem êxito. Até que o gol tricolor saiu. Novamente, fruto da genialidade de Lucho Acosta. Com um corta-luz talentoso, ele deixou a bola para Cano, que acertou a trave. Na sequência, o argentino completou o cruzamento de Serna para inaugurar o placar.
O Sport necessitava de uma reação e lançou Lucas Lima a campo. A alteração revigorou o adversário e dificultou a marcação do Fluminense . O camisa 10 levou vantagem na maioria de suas investidas e foi um diferencial, explorando os espaços entre as linhas de volantes.
Então, Ignácio tornou-se o protagonista central do confronto. Já envolvido na falta que anulou o gol de Martinelli , ele novamente apareceu ao deixar um corredor aberto, que o camisa 10 do Sport soube aproveitar. Após uma tabela, Lucas Lima saiu cara a cara com o gol, encobriu Fábio e empatou. Mas o zagueiro viria a se redimir. Foi Ignácio quem avançou, driblou e sofreu o pênalti convertido por John Kennedy. Neste lance, aliás, vindo de uma confusão da arbitragem que foi corrigida pelo VAR ? inicialmente, viram uma falta inexistente. É válido destacar também que John Kennedy assumiu a responsabilidade na frente de Everaldo e, ao converter a penalidade, demonstrou que ainda pode ser um recurso valioso nesta temporada.
A partir daí, a vitória do Fluminense parecia confirmada. Era o desfecho esperado. Até o gol nos acréscimos. Uma série de falhas individuais marcou o lance: Soteldo por permitir que Romarinho cruzasse com liberdade, Ignácio e Freytes por perderem a disputa aérea. Luan Cândido apenas finalizou. Diante do lanterna do Brasileirão, o Tricolor desperdiçou pontos fundamentais pelo caminho, evidenciando uma vulnerabilidade que precisa ser urgentemente endereçada.
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