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Fluminense 2x1 Sport: Renato Gaúcho Analisa Vitória e Polêmica Arbitral no Brasileirão
Por Redação FutFlu em 03/05/2025 21:23
Análise Polêmica: Arbitragem e o Pênalti Anulado
O recente confronto entre Fluminense e Sport, que culminou em uma vitória de virada para o Tricolor por 2 a 1 no Maracanã, teve lances que transcenderam o campo de jogo. Uma das discussões mais acaloradas após a partida envolveu a atuação da arbitragem, particularmente um lance de pênalti assinalado a favor do Fluminense no segundo tempo, quando o placar indicava 1 a 1, e posteriormente anulado após revisão do VAR. Na jogada em questão, Jhon Arias caiu na área após disputa com João Silva.
O técnico Renato Gaúcho não poupou críticas ao episódio durante sua entrevista coletiva, expressando sua convicção de que a decisão original estava correta e a anulação, equivocada. Ele argumentou que o contato existiu e foi suficiente para configurar a infração. "Poderia ter sido um sofrimento menor. Na minha opinião, foi pênalti. Revi agora no vestiário. Não estou puxando sardinha para o Fluminense . O jogador puxa a camisa e o calção ao mesmo tempo. Não sei mais o que é pênalti."
Sua insatisfação se estendeu a um padrão percebido de decisões desfavoráveis ao Fluminense nesse tipo de lance. "Toda hora tem um pênalti para o Fluminense que não é dado. Eu tenho visto outros jogos, vão achar que estou falando mal da arbitragem, cada pênalti que têm dado, e os pênaltos legítimos do Fluminense não têm dado." O treinador sugeriu, em tom de crítica, que a intervenção do VAR tem se sobreposto à decisão inicial do árbitro de campo de forma excessiva ou inconsistente. "Quando o árbitro veio, falei para não mudar a opinião, porque foi pênalti. Mas foi o VAR. Quando chama, é o VAR que apita." Ele concluiu sua análise sobre o tema comparando com outros jogos, reforçando a dualidade de critérios. "Em outros jogos, pênaltis ridículos, e outros que eram 100% pênalti e não são dados. Não estou nem falando da arbitragem hoje, mas achei que foi pênalti."

A Virada da Atitude: O Jogo de Dois Tempos
Apesar da polêmica arbitragem, o Fluminense assegurou os três pontos com um gol nos acréscimos, revertendo o placar de 1 a 0 para o Sport. Na visão do comandante técnico, o confronto se dividiu nitidamente em duas etapas distintas, com domínio alternado entre as equipes. Ele reconheceu a superioridade do adversário na primeira metade do jogo. "O Sport merece vencer a gente nos primeiros 45 minutos. No intervalo eu coloquei o Serna, tivemos a velocidade. Depois fiz mais algumas trocas, nossa equipe melhorou."
O que determinou a virada e a conquista da vitória, segundo Renato Gaúcho, foi a postura da equipe no segundo tempo. A capacidade de reação e a intensidade demonstrada foram fundamentais para superar a desvantagem. "Acima de tudo, a nossa equipe teve atitude, e isso que é fundamental, você tem que ter atitude o tempo todo. Nós tivemos principalmente no segundo tempo, a gente lutou, correu atrás do placar, empatou e continuou em cima buscando o resultado."
Essa entrega e persistência foram, para o treinador, o fator decisivo para o resultado tardio, coroando o esforço da equipe. "Fomos premiados no fim do jogo por tudo que a equipe entregou. No segundo tempo, o Fluminense mereceu a vitória, da mesma forma que o Sport mereceu no primeiro tempo." A análise final de Renato Gaúcho sobre a partida reforça a importância do comportamento em campo como determinante para o desfecho.
Arias e a Reflexão Sobre Craques Brasileiros
O desempenho individual de certos atletas também foi crucial para a virada. Renato Gaúcho destacou a capacidade de Jhon Arias em influenciar o desfecho de uma partida, creditando a ele as duas assistências para os gols tricolores. O técnico aproveitou a menção ao jogador colombiano para fazer uma reflexão mais ampla sobre o cenário atual do futebol nacional e a escassez de talentos decisivos formados no Brasil.
"O Arias é um dos jogadores que podem mudar uma partida, mas é muito pouco no futebol brasileiro. Na maioria dos clubes, os principais jogadores que atuam no Brasil são estrangeiros. Dos craques que podem decidir uma partida, a maioria é estrangeira. A gente está produzindo poucos craques, diferentemente da minha geração. O treinador da Seleção hoje tem dúvidas justamente por isso." Essa declaração aponta para uma preocupação com a formação de novos talentos no país, contrastando com épocas passadas.
Apesar da falta de tempo para treinos extensivos, Renato Gaúcho revelou que as jogadas que resultaram nos dois gols da vitória foram fruto de preparação específica. "As jogadas dos nossos dois gols são jogadas que treinamos, o pouco tempo que temos procuro aproveitar com os jogadores, na sala e na prática. Duas jogadas que trabalhamos ontem, inclusive." Isso demonstra a busca por eficiência nos momentos limitados disponíveis para ajustes táticos e técnicos.
Desafios Táticos e Gestão do Elenco
O treinador abordou ainda questões táticas e de gestão de elenco que impactam o desempenho da equipe. A falta de um titular fixo na ponta esquerda, por exemplo, foi mencionada, indicando uma busca pela melhor opção entre os jogadores disponíveis. "A gente treina e sempre dá oportunidade para todo mundo. No último jogo aqui, quem jogou foi o Keno. Eu tenho um grupo e quem se escala comigo é o jogador. Ele que entra em campo." Ele citou Keno e Canobbio como atletas que atuaram na posição, buscando diferentes características.
Renato Gaúcho justificou as constantes alterações na equipe principal, apontando a dificuldade imposta pelo calendário apertado e pela ausência de tempo para aprimoramento tático. Chegar a um clube com a temporada em andamento e enfrentar uma sequência de jogos a cada três dias, além de competições adicionais como o Mundial de Clubes (no contexto da temporada), limita severamente a capacidade de treinamento. "O problema é que não tem tempo para treinar. Não é só comigo, mas os outros clubes já tinham treinador. O treinador que chega no terremoto é difícil. Não tem tempo para fazer trabalho tático. É viagem, é desgaste, é outra competição. No momento que a gente poderia treinar, o Fluminense vai para o Mundial. Tempo é tudo para o treinador."
Renato Gaúcho ressaltou que a rotação de jogadores é uma medida preventiva e necessária, visando evitar lesões em um elenco sobrecarregado pela intensidade da temporada. "Da forma que a gente vem jogando a cada três dias...o torcedor e vocês da imprensa têm que entender. Tenho visto outros jogos, jogadores importantes de outros times se lesionaram, isso a gente está tentando evitar. Não tem como botar a cada três dias o mesmo time em campo. Não tem condição de correr e ainda vai colocar o jogador em risco de lesão." A gestão física do grupo, portanto, se torna uma prioridade em meio ao ritmo exigente.
Gols nos Acréscimos e o Apoio da Torcida
A entrada e o gol de Everaldo nos momentos finais foram determinantes para selar a virada. Renato Gaúcho comentou a importância do atacante, especialmente diante da ausência de Germán Cano. "Quanto ao Everaldo , ele tem nos ajudado, característica diferente do Cano. É importante ter um jogador como ele, que sustenta, que protege. Jogador de área, que cabeceia. Os dois são importantes. Infelizmente perdemos o Cano por um tempo. Temos o Everaldo ." Ele elogiou a dedicação do jogador e o fato de o gol ter sido resultado de uma jogada treinada. "Importante que se entregou e fez o gol. Jogada que treinamos ontem. Bom para ele para ter confiança maior do torcedor."
O fato de a vitória ter sido conquistada no apagar das luzes reforça uma lição que o técnico tenta transmitir ao grupo sobre a necessidade de manter o foco até o apito final. "Costumo falar e mostrar exemplos em vídeo para o time. No momento que o juiz apita, já aconteceu várias vezes, com 10, 15, 30 segundos saem gol ou pênalti. Apitou, a coisa vai acontecer. Contra ou a favor Enquanto não apita o final, vai acontecer também." A equipe tem colhido frutos dessa mentalidade focada nos momentos decisivos. "Nós ganhamos vários jogos nos acréscimos, tomamos gol da vitória nos acréscimos também. Vento que bate lá bate cá. Graças a Deus, tem acontecido a maior parte a nosso favor. Mas o jogador tem que ficar focado o tempo todo."
O apoio da torcida no Maracanã também foi citado como um fator crucial para a busca pela virada. Renato Gaúcho fez questão de reconhecer o papel dos presentes em um momento de dificuldade da equipe. "Quero dar os parabéns para a torcida, no momento que mais precisamos, ele incentivou. Não sou contra as vaias. O reflexo do torcedor na arquibancada é o que vê no campo. Não tem torcedor que vai vaiar se vê o time se entregando. Agora, tem que se colocar no lugar do torcedor quando os jogadores estão com a cabeça em outro planeta. Mas hoje tenho que dar os parabéns e isso faz diferença. Deu confiança ao nosso time, por isso fomos buscar." O treinador destacou como o incentivo vindo das arquibancadas impulsionou o time a buscar o resultado positivo até o fim.
Com a vitória, o Fluminense alcançou 13 pontos na tabela do Campeonato Brasileiro. A equipe agora direciona seu foco para a Copa Sul-Americana, onde enfrentará o GV San José na Bolívia na próxima quinta-feira, antes de retornar ao cenário nacional para jogar contra o Atlético-MG em Belo Horizonte no domingo seguinte.
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