Eleições Fluminense: SAF, Candidatos e o Destino do Clube

À medida que a temporada esportiva do Fluminense se aproxima de seu desfecho, um cenário igualmente crucial se desenha nos bastidores do clube: a iminente eleição presidencial. Este pleito, considerado um dos mais significativos na trajetória tricolor, carrega consigo a perspectiva de uma profunda reestruturação, centrada na potencial instituição da Sociedade Anônima do Futebol (SAF).

O calendário eleitoral aponta para a segunda quinzena de novembro, com as datas prováveis de 22 ou 29, aguardando ainda a oficialização. Este período será determinante para definir os rumos administrativos e financeiros do Fluminense para os próximos anos, especialmente diante do dilema estratégico da SAF.

Os Pretendentes ao Comando Tricolor

Atualmente, cinco figuras emergem como pré-candidatos à cadeira presidencial do Fluminense : Ademar Arrais, Celso Barros, Luis Monteagudo, Mattheus Montenegro e Ricardo Mazella. No entanto, o caminho até a urna eleitoral é intrincado, e a permanência de todos na disputa não é garantida.

Para que uma chapa seja devidamente oficializada e seus membros se tornem efetivos concorrentes, o estatuto exige a coleta de 200 assinaturas de sócios contribuintes ou proprietários do clube. Dentre os pré-candidatos, Ademar Arrais e Mattheus Montenegro já se manifestaram, afirmando possuir o respaldo necessário para formalizar suas candidaturas.

Um recente desdobramento no cenário pré-eleitoral foi a saída de Rafael Rolim, que figurava como pré-candidato a vice na composição de Celso Barros. Rolim justificou seu afastamento alegando "divergências na condução do futebol", um indicativo das tensões e visões distintas que permeiam o ambiente político do clube.

Regras do Jogo: Prazos e Quem Vota

O período crucial para a inscrição formal das chapas está estabelecido entre os dias 1º e 15 de novembro, conforme as diretrizes estatutárias do clube. Este intervalo será vital para a consolidação das candidaturas e a apresentação oficial das propostas à comunidade tricolor.

A base eleitoral do Fluminense é composta por seus sócios-torcedores, que totalizam 37.830 membros. Contudo, é fundamental ressaltar que a aptidão para o voto é restrita a um subgrupo específico: aqueles que estão adimplentes há, no mínimo, dois anos ininterruptos, além dos sócios proprietários e contribuintes. Esta seletividade visa assegurar que a decisão esteja nas mãos de membros com um histórico de engajamento e contribuição para o clube.

O dirigente eleito assumirá a liderança do Fluminense para o triênio compreendido entre janeiro de 2026 e dezembro de 2028. Este período será marcado pela responsabilidade de guiar o processo de implementação e eventual alienação de uma SAF, um tema central e divisivo.

O Futuro da SAF: Uma Decisão Compartilhada

A condução do processo de análise e diligência da SAF tem sido uma prerrogativa da atual gestão, sob a liderança do presidente Mário Bittencourt. No entanto, a deliberação final sobre a comercialização do controle do departamento de futebol não recairá sobre o novo presidente isoladamente.

Após a conclusão do pleito presidencial e a posse do novo mandatário, a palavra final sobre a venda ou não do controle do futebol será submetida à apreciação dos sócios e torcedores. Este mecanismo de consulta reflete a magnitude da decisão e a necessidade de um amplo consenso sobre um projeto que pode redefinir estruturalmente o Fluminense .